Segunda, 07 Novembro 2022 19:24
NA CONTRAMÃO DO MUNDO

Santander no Brasil terceiriza e fecha agências, mas tem redução de lucros

Marcos Vicente: “Terceirização e precarização do trabalho não garantem maior produtividade em empresas” Marcos Vicente: “Terceirização e precarização do trabalho não garantem maior produtividade em empresas”

Há algo de muito errado na avaliação de que rumar no futuro para ser um banco sem bancários é um bom negócio. O Santander talvez seja o melhor exemplo disto. O lucro líquido no Brasil foi de R$ 11,21 bilhões, nos nove primeiros meses deste ano, valor que representa queda de 10,1% em relação ao mesmo período de 2021 e de 23,5% no trimestre.
Para a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, há pontos de alerta neste resultado, como o fechamento de agências e PABs. “A empresa vem intensificando a terceirização desde de 2020, e estima-se que ao menos nove mil bancários já foram transferidos para outras categorias, o que é assustador, pois o Santander pretende ser um banco sem bancários”, afirmou.
A holding encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 51.214 empregados, com abertura de 1.609 vagas em doze meses. No trimestre, no entanto, foram fechados 835 postos de trabalho. Em relação a setembro de 2021, foram fechadas 307 agências e 104 PABs.

Banco satisfeito

O grupo Santander, no entanto, está muito satisfeito com o resultado do banco no Brasil. Seus acionistas também, ainda mais aqui que o governo brasileiro não cobra imposto sobre lucros e dividendos. No terceiro trimestre, o lucro líquido da instituição no país alcançou R$ 3,12 bilhões, o que representa 27,7% do lucro global, que foi de € 7,316 bilhões, alta de 14,7% em doze meses e de 3% no trimestre. Todo este dinheiro, a remessa de lucros, sai do Brasil e vai para a sede na Espanha.
“Está comprovado que precarização do trabalho, metas desumanas e sobrecarga adoecem o trabalhador e não garantem, necessariamente, aumento da produtividade nas empresas. O Santander tem uma visão ultrapassada no trato com seus empregados”, disse o diretor do Sindicato, Marcos Vicente.

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