Quarta, 28 Abril 2021 20:36
VIDA FÁCIL

Crise econômica aumenta falência de empresas e desemprego, mas lucro do Santander cresce

O diretor do Sindicato Marcos Vicente durante uma paralisação contra as demissões no Santander: lucros crescem as custas da exploração dos funcionários O diretor do Sindicato Marcos Vicente durante uma paralisação contra as demissões no Santander: lucros crescem as custas da exploração dos funcionários Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Grande parte do setor produtivo amarga seguidos prejuízos e até falências e o trabalhador sofre com o desemprego e a perda do poder do compra afetados pela desastrosa política econômica do ministro da Economia Paulo Guedes, crise agravada ainda mais pela pandemia do coronavírus. Em março deste ano foram feitos 95 pedidos de falências no país, um aumento de 58,3% com relação ao mesmo mês do ano passado. Esta alta foi impulsionada por empresas de Serviços, seguidas por Indústria e Comércio. O Brasil deverá registrar em 2021 a 14ª maior taxa de desemprego do mundo, após ter ficado em 2020 na 22ª colocação em ranking mundial dos países com os piores patamares de desocupação. Mas o sistema financeiro continua a elevar os lucros. O banco Santander faturou R$ 4,012 bilhões no primeiro trimestre de 2021. O valor é 4,1% maior do que o obtido no mesmo período de 2020 e 1,4% maior do que o obtido no trimestre passado. 

“É o maior lucro trimestral do banco desde o segundo trimestre de 2010, um recorde. Isto é uma vergonha diante de uma economia despedaçada pela política econômica de Paulo Guedes e pelo descaso e incompetência do presidente Bolsonaro em relação à pandemia que explode no país, agravando o sofrimento do povo brasileiro. Não dá mais para manter um modelo em que só especuladores e banqueiros ganham e todo o resto da sociedade perde”, desabafa o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Marcos Vicente.

Demissão em massa

As despesas do banco com os funcionários somaram R$ 2,2 bilhões. Os R$ 4,9 bilhões arrecadados com a cobrança de serviços e tarifas é 215,74% maior do que os gastos com funcionários.
“O Santander demite em massa para reduzir o custo com mão de obra e elevar os lucros", explica Vicente. O grupo espanhol encerrou o primeiro trimestre de 2021 com 44.806 empregados, 2.386 postos de trabalho a menos do que o banco tinha há 12 meses. No período também foram fechadas 140 agências e 91 Postos de Atendimento Bancário. O sindicalista criticou ainda o fato de o banco bater recorde de lucro explorando os funcionários, com pressão e assédio moral para atingir metas absurdas que adoecem o trabalhador e elevação da sobrecarga de trabalho por falta de funcionários para o atendimento aos clientes e usuários.

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