Quarta, 07 Fevereiro 2024 18:19

COE cobra do Santander mudanças na reestruturação de agências

Reunião da COE com o Santander. Foto: Contraf-CUT. Reunião da COE com o Santander. Foto: Contraf-CUT.

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Imprensa SeebRio

Os dirigentes da Comissão de Organização dos Empregados (COE) cobraram do Santander em reunião nesta terça-feira (6/2) mudanças no processo de reestruturação de agências. Para a COE, o fato de o Santander só fazer a reunião depois que a reestruturação já estava em curso, mostra um profundo desrespeito com o movimento sindical, para com bancários e bancárias e também em relação aos clientes que não foram previamente avisados dos impactos que terá a nova formatação sobre o atendimento.

No encontro o banco confirmou que os gerentes Van Gogh e os de empresa não trabalharão mais nas agências. Os de empresa passarão a maior parte do tempo visitando clientes e os Van Gogh farão contatos e atendimentos pela plataforma digital.

“O Santander se comprometeu a não promover transferência de funcionários para empresas terceirizadas, o que é um fato positivo. Mas, além desta, a nossa maior preocupação e dos bancários e bancárias é que as mudanças sejam feitas sem o corte de empregos”, afirmou Marcos Vicente, dirigente da COE e do Sindicato, lembrando que as demissões continuam.

Reconfiguração

O banco disse ainda que houve também uma mudança na carteira de clientes. A divisão foi feita baseada num raio de cinco quilômetros da residência de cada um. Acrescentou que o cliente que optar pelo atendimento presencial será recebido nas agências pelo Gerente de Negócios e Serviços (GNS) ou pelo Líder da agência.

A alegação é a de que o sistema financeiro está sendo reconfigurado devido a mudança do perfil dos clientes e dos meios de pagamento. O objetivo da reestruturação, segundo o Santander, é se tornar, nos próximos 10 anos, o banco de preferência de seus clientes, considerando que hoje no mercado grande parte dos brasileiros usam mais de um banco.

Reivindicações

A COE cobrou respeito às cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “É um desrespeito do Santander com os trabalhadores e o movimento sindical, por não   priorizar as negociações e a comunicação também com os clientes. Haja vista que a reestruturação já está acontecendo. São muitas mudanças e de alto impacto para as condições de trabalho e para a saúde dos trabalhadores”, afirmou a coordenadora da COE, Wanessa Queiroz.

A Comissão apresentou diversos pontos de preocupação com as mudanças de alto impacto para os trabalhadores. A primeira é a falta de treinamento para os GNS. “É o primeiro cargo ingressante do banco, não teve nenhum treinamento para atender pessoas física e jurídica e, sem dúvidas eles ficarão sobrecarregados”.

O Santander garantiu que irá contratar 600 bancários para o cargo de GNS em todo o Brasil para atender as demandas na rede de agências e irá oferecer cursos e treinamentos para os novos e os que já estão no atendimento aos segmentos Van Gogh e Empresas.

Quanto aos gerentes empresa, a COE questionou as condições de segurança dos trabalhadores. “Eles andarão a todo momento perto das suas casas. Todo mundo saberá quem eles são e qual o cargo que ocupam. Além disso, eles precisam de condições para fazer o trabalho, como um chip ou celular exclusivo do banco, uma mochila para carregar todo o equipamento necessário e convênio no Uber Corporativo para a realização das visitas aos clientes”, alertou Vanessa. “O objetivo é fazer adequação da rede, melhorar a plataforma digital, mas não houve nenhum investimento para melhorar o espaço de trabalho dos funcionários”, completou.

Outro ponto incômodo com a mudança é que a agência vai passar a ser classificada pelo faturamento total. “O medidor de qualidade de monitoramento do atendimento e do pós-venda não será mais individualizado, será coletivo”, disse a coordenadora.

Uma nova reunião foi agendada para 22 de fevereiro, quando o banco se comprometeu a responder a todas as reivindicações. No entanto, já sinalizou a disposição de fornecer um chip ou um aparelho celular, uma mochila de transporte adequada, um plano de Uber Corporativo e criar alguns pontos de encontro em diversas localidades, nomeados de hub, para que os gerentes possam trabalhar de lá.

 

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