Quinta, 10 Dezembro 2020 14:20

Bancários do Rio protestam em frente à agência do Mercantil do Brasil contra as demissões

Atividade fez parte de ato nacional unificado para denunciar prática do banco de dispensar trabalhadores antigos para reduzir custos e aumentar os lucros
JUNTOS SOMOS MAIS FORTES - A diretora do Sindicato e membro da COE, Marlene Miranda (segunda à esquerda) durante a manifestação dos bancários contra as demissões no Mercantil do Brasil, no Centro do Rio JUNTOS SOMOS MAIS FORTES - A diretora do Sindicato e membro da COE, Marlene Miranda (segunda à esquerda) durante a manifestação dos bancários contra as demissões no Mercantil do Brasil, no Centro do Rio Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os bancários do Rio de Janeiro atenderam ao chamado do Sindicato e participaram de um protesto nesta quinta-feira, dia 10 de dezembro, em frente à agência do Banco Mercantil do Brasil, na Avenida Rio Branco, 89 B, no Centro da cidade, contra as demissões. Já foram mais de 150 trabalhadores dispensados em todo o país. A atividade fez parte de um ato nacional unificado contra a prática do banco, que segue a mesma lógica de grandes instituições financeiras, como Bradesco, Itaú e Santander de demitir em massa para reduzir custos e aumentar ainda mais os lucros. Os sindicalistas distribuíram uma carta aberta à população, denunciando as dispensas e a falta de respeito do banco para com a categoria, clientes e usuários. 

Pura ganância

A situação é agravada porque o bancário perde seu emprego num momento de grave crise sanitária e econômica, o que torna quase impossível para o trabalhador retornar ao mercado de trabalho. O movimento sindical denuncia ainda que os bancos estão descumprindo acordo com a categoria de não dispensar empregados durante o período da pandemia da Covid-19, fato que tem sido usado como argumento pelo Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Rio para conseguir inúmeras reintegrações na Justiça trabalhista.

“O Mercantil do Brasil tem como público alvo no atendimento, muitos aposentados e pensionistas do INSS. O banco está demitindo funcionários antigos e quando contrata novos empregados é para pagar salários menores, tudo por ganância, para elevar os lucros, sem a menor preocupação com os bancários e com a população que utiliza os serviços. Agências estão sendo fechadas em várias partes do país, sendo substituídas por pontos de atendimento, reduzindo a mão de obra”, afirma a diretora do Sindicato, Marlene Miranda, que é membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).

Pela manhã, a categoria participou de uma campanha nas redes sociais, #QueVergonhaMercantilBrasil.

“Foi ótima a recepção dos funcionários, que estão solidários aos companheiros e companheiras que foram demitidos. A categoria está unida contra esta crueldade dos bancos contra os empregados, que são quem garantem os ganhos das empresas”, acrescenta Marlene, que criticou ainda a pressão e a prática de assédio moral em plena crise da pandemia, que estão adoecendo os bancários.

Lucros aumentam

Como no caso de todo o sistema financeiro, falta de dinheiro não é o motivo do corte do quadro funcional e da redução no número de agências. O Mercantil

Teve um Lucro Líquido no terceiro trimestre deste ano de R$ 101,6 milhões, uma elevação de 26,7% em relação ao mesmo período de 2019, mantendo a trajetória de crescimento observada desde 2018.

Os ganhos são, na verdade, ainda maiores. É que as instituições financeiras estão utilizando como estratégia, o aumento das Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), temendo o aumento da inadimplência em função da crise econômica que afeta todos os setores, menos o setor financeiro, que continua sendo o mais lucrativo do país.

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