Imprensa SeebRio 

Com informações da Fetrafi-RS 

A COE (Comissão de Organização dos Empregados) e a direção do Banrisul voltaram a se reunir, na última quinta-feira (8), para dar continuidade à negociação sobre redução da jornada de 8h para 6h.

Mesmo depois de vários encontros e negociações que já duram cinco meses, em que aconteceram importantes avanços, o banco segue oferecendo uma tabela de funções gratificadas com valores aquém do aceitável pelos funcionários. O movimento Sindical não aceita a redução salarial e/ou retirada de direitos.

Outra questão ainda não solucionada está nas diferenças entre valores, a segregação entre DG (Direção Geral) e agências.

Os membros da COE argumentaram que o formato proposto pelo banco fere a isonomia entre colegas com a mesma jornada e não valoriza os profissionais da empresa. O Movimento Sindical defende um acordo que seja bom para o futuro dos bancários e para o Banrisul.

A avaliação dos dirigentes sindicais é de que houve avanços, no entanto a negociação esbarrou na questão financeira, que afeta diretamente as carreiras futuras. 

Histórico da Negociação 

Em 20 de dezembro de 2024, o Banrisul apresentou à representação dos funcionários, a primeira proposta de reestruturação das funções de confiança da Rede de Agências e Direção-Geral (exceto Gerente Adjunto e funções enquadradas no art. 62 CLT). A tabela para a Rede de Agências, com alteração dos cargos de Gerentes de Mercado, Negócios, Contas, de Relacionamento de Agronegócios e Supervisor, reduzia de 8h para 6h a jornada de trabalho, mas com uma redução também na remuneração, oferecendo gratificação abaixo da recebida atualmente nessas funções. 

O Banco também propôs o enquadramento dos Operadores de Negócios na nova função gratificada. No caso dos cargos de Analista Júnior, Pleno e Sênior e do Assistente Júnior da Direção-Geral, o Banco propôs uma média das gratificações dos últimos 120 meses, o que reduziria os salários dessas pessoas. 

O movimento do Banco, de procurar os representantes dos funcionários para debater a reestruturação, foi percebido como positivo pela COE, pois a gestão anterior tentou impor um Plano de Cargos, Funções e Salários sem debater com o movimento sindical, o que foii mediado no Ministério Público do Trabalho e revertido posteriormente em assembleia dos banrisulenses e assinatura de um Acordo Coletivo.

A COE defendeu as seguintes premissas para início da negociação: não reduzir salários e direitos; conquista da jornada de 6h; transparência na negociação; continuidade da negociação em mesa, com os representantes dos trabalhadores.

O que o Banco apresentou 

Em 15 de janeiro de 2025, a negociação teve início após um ofício encaminhado pelo Banrisul à Fetrafi-RS, solicitando a abertura da mesa (de 23 de dezembro de 2024). Na mesa, o Banrisul apresentou proposta que reduzia a jornada de trabalho em 25%, mas com salário podendo reduzir quase 37% em algumas situações. Os membros da COE rechaçaram a proposta durante a mesa.

No dia 23 de janeiro de 2025, a COE Banrisul realizou uma plenária virtual, que reuniu mais de 700 pessoas, para informar os colegas sobre o início das negociações e, neste momento, colheu impressões, informações e questionamentos, que foram sistematizados e encaminhados ao Banco, balizando o debate que seguiu em mesa.

Novas gratificações

O Banrisul enviou ofício à Fetrafi-RS (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições financeiras do Rio Grande do Sul) no dia 10 de fevereiro, reencaminhando a proposta referente ao tema. A nova proposição contemplava a possibilidade de progressão na carreira pelos Gerentes de Relacionamento e Gerentes administrativos, além de consolidar as funções que serão objeto da reestruturação e as que permanecerão sujeitas ao enquadramento em função de confiança, com jornada de oito horas diárias ou dispensadas do respectivo controle.

Reestruturação das Funções

No dia 26 de março, houve nova mesa de negociação entre a COE e o Banrisul. O banco trouxe informações incompletas sobre os questionamentos levantados pelo movimento sindical na rodada anterior, no entanto, sinalizou positivamente para a possibilidade de avanços em premissas básicas apontadas pela COE. O Banrisul ficou devendo informações importantes, como os dados das tabelas de funções, gratificações atuais, cargos e níveis salariais, além do número de empregados em cada um dos níveis. De positivo, a sinalização do banco de que as mudanças propostas serão definidas em conjunto com o movimento sindical.

Em reunião da COE no dia 8 de abril, foram debatidas uma série de ajustes a serem feitos em cima da proposta apresentada pelo Banrisul sobre redução de jornada, todas orientadas pelas premissas básicas de clareza, transparência, não redução salarial e proteção dos direitos. 

Após reunião com o Banco no dia 16 de abril, sem avanços, a COE realizou uma live no dia 17 de abril, véspera de feriado, para informar aos bancários sobre o andamento da negociação, com as alterações construídas ao longo do debate com o Banco.