Segunda, 30 Mai 2022 09:43

Nota da CUT: Chega de barbárie contra corpos negros

Escrito por: CUT Nacional Escrito por: CUT Nacional

CUT exige que chacina e morte em câmara de gás sejam investigadas com rigor e que responsáveis sejam punidos para que cenas como essas não se transformem em rotina na vida da população negra brasileira

 Publicado: 27 Maio, 2022 - 16h35 | Última modificação: 27 Maio, 2022 - 16h47

 

A Central Única dos Trabalhadores junto à Secretaria Nacional de Combate ao Racismo repudiam veementemente qualquer tipo de racismo, violência ou tortura como as praticadas nos últimos dias por autoridades policiais do Rio de Janeiro e Sergipe que, a luz do dia, assassinaram pessoas negras e pobres, que tiveram todos os seus direitos violados.

Os oficiais, que deveriam cuidar da segurança da população, estão se profissionalizando no assassinato de corpos negros e só nesta semana mataram 24 deles.

Na zona norte do Rio de Janeiro, uma ação brutal e perversa, comandada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar (PM), resultou na morte de 23 moradores da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.

23 negros assassinados friamente. 23 pessoas que não tiveram nenhum dos seus direitos lidos ou mantidos por um desgoverno que aplaude e incentiva o genocídio e chacinas contra a população negra desse país. E ainda vai para as redes socais para reafirmar que todos são marginais e que estão limpando as ruas.

Em Umbaúba, litoral de Sergipe, oficiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam sem motivo aparente e colocaram um homem negro no porta malas da viaduta e depois jogaram gás, transformando o pequeno espaço em uma câmara de gás. Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, casado e com um filho de sete anos, morreu asfixiado.  

Ele estava parado e tranquilo quando foi abordado, só reagiu ao começar a levar chutes nas pernas, reagiu não, tentou se defender levantando as mãos. Os oficiais da PRF ignoraram seus apelos e os de parentes que assistiam a cena e avisaram que Genivaldo sofria de  esquizofrenia, pediram que olhassem o bolso da vítima para comprovar pois ele carregava cartelas do medicamento.

Nada disso adiantou, os oficiais da PRF não hesitaram em continuar agredindo e segurando a tampa do porta-malas para se assegurar que a maior quantidade de gás ficasse dentro do carro da viatura.

As imagens que expuseram o corpo negro totalmente indefesso, sendo torturado até a morre cruel, rodaram o mundo e mostram oficais agindo de forma fria, calculada e perversa.

Para a CUT. é inadmissível e inaceitável esse extermínio de pessoas negras e pobres que está em curso no Brasil, sem qualquer ação do estado brasileiro para conter a bárbarie.

A Central entende que é urgente e necessária uma discussão profunda sobre a segurança pública, em especial sobre as abordagens policiais que visam negros e pobres.

A CUT exige que os dois casos sejam investigados com rigor e, com o mesmo rigor, os responsáveis sejam punidos para que cenas como essas não se transformem em rotina na vida da população negra brasileira, uma das mais perseguidas e violentamente atacadas pela polícia.

Executiva Nacional da CUT

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