Segunda, 13 Abril 2020 23:23
CORONAVÍRUS

Sindicatos cobram mais medidas de segurança para proteger os bancários

Bancos acataram alguns pedidos da categoria e prometem que vão começar a instalar bases de acrílico ou capacete com máscaras para os funcionários

Em reunião através de videoconferência com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) nesta segunda-feira, 13, o Comando Nacional dos Bancários cobrou dos bancos novas medidas para proteger a vida e a saúde dos bancários e impedir as aglomerações nas agências. Os representantes patronais atenderam algumas revindicações por medidas mais rigorosas de segurança para os bancários e disseram que já compraram bases de acrílico ou capacete com máscaras que começarão a serem instalados e distribuidos. A despeito da MP 936, o Sindicato repudiou as alterações trabalhistas através de negociação individual. “Cobramos o canal da negociação coletiva com as entidades sindicais como o melhor caminho. Todo mundo sabe que na negociação individual prevalece sempre a vontade do lado mais forte, os patrões”, critica a presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso.

Testes e vacinas

A respeito das vacinas contra a gripe a Fenaban garante que começarão a ser aplicadas imediatamente, mas os bancos não especificaram em quais regiões começarão a realizar a vacinação. Em relação ao pedido para as instituições financeiras comprarem testes para todos os bancários e bancárias, a alegação é a de que estão com dificuldade de comprar os kits e pediram mais um tempo para providenciar esta que é uma das mais importantes medidas para evitar o avanço do Covid-19.
Os bancários cobraram ainda um sistema de agendamento para o atendimento para evitar as aglomerações, que estão acontecendo em várias unidades do país. Outro pedido é a inclusão de bancárias lactantes e mães com crianças de até 2 anos de idade como grupo de risco, devendo mantidas em casa enquanto for necessário a quarentena. Os sindicalistas querem mais gente trabalhando em casa e o atendimento nas agências exclusivamente através de agendamento com os bancos contratando empresas para organizar do lado de fora o atendimento. Os bancos alegam dificuldade para criar este modelo agendado.
“Nossa posição é clara. Queremos o fechamento das unidades e um atendimento exclusivo com agendamento. Não queremos em hipótese alguma bancários fora da agência organizando filas. Além do perigo de serem infectados, estariam ainda mais expostos com total falta de segurança”, explica Nalesso.

MPF na contramão

A Fenaban informou que existem no país 2.100 unidades fechadas. Muitas delas porque tiveram casos de funcionário infectado pelo coronavírus e outras em função do rodízio feito utilizando o home Office.
Os sindicalistas foram informados que o Ministério Público Federal mandou um ofício a Febraban exigindo mais gente trabalhando nos bancos para reduzir filas e aglomerações. A Fenaban se comprometeu em manter o que foi acordado com os bancários.
“A posição do Ministério Público vai na contramão de nossas reivindicações, colocam a categoria ainda mais exposta ao risco de contágio, é uma decisão sem a menor noção da realidade. Queremos proteger os bancários mas também toda a população. Como se não bastassem tantos problemas, ainda vem o MPF para bagunçar o que estamos negociando?”, critica Adriana.

Demissões no Safra

No final da noite, o Sindicato recebeu denúncias de que o banco Safra está demitindo funcionários em plena crise da pandemia do coronavírus. “Vamos tomar todas as providências possíveis para garantir o emprego dos bancários, esperando sempre que o diálogo e a negociação prevaleçam para que sejam suspensas as dispensas e protegermos os direitos dos bancários. É uma covardia demitir num momento tão dramático para os trabalhadores e para toda a sociedade. O sistema financeiro ganhou muito dinheiro nos últimos 40 anos, nada justifica esta prática”, afirma Adriana.

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