Segunda, 06 Abril 2020 21:30

Sindicato pede fechamento de agência mas Bradesco nega e omite informações

Bancário teria sido afastado por um quadro alérgico. Demais empregados estão apreensivos e sindicalistas cobram explicações ao banco
Os diretores do Sindicato Geraldo Ferraz e Ronaldo Fernandes foram à agência Presidente Vargas, no Centro e cobraram do Bradesco esclarecimentos sobre a situação e, se necessário, o fechamento da agência Os diretores do Sindicato Geraldo Ferraz e Ronaldo Fernandes foram à agência Presidente Vargas, no Centro e cobraram do Bradesco esclarecimentos sobre a situação e, se necessário, o fechamento da agência

O Sindicato dos Bancários do Rio recebeu na última quarta-feira, 1º de abril, denúncias de que um funcionário da agência do Bradesco Presidente Vargas, no Centro, teria sido afastado com um quadro alérgico, o que trouxe apreensão aos demais empregados. A namorada do bancário também estaria com um estado gripal o que aumentou as suspeitas de que possa ser coronavirus.
Sindicato está atento
Os diretores do Sindicato Geraldo Ferraz e Ronaldo Fernandes estiveram na agência cobrando mais informações do banco e o imediato fechamento da unidade até que sejam confirmadas oficialmente, com laudo médico, as razões do afastamento do funcionário. O Sindicato quer também a higienização do local.
Geraldo entrou em contato com a gerente de Relações Sindicais do Bradesco, Priscila Mosca, e cobrou esclarecimentos e uma decisão rápida do banco.
“A informação que recebemos do banco é de que o funcionário não apresentou febre e que sua namorada também não estaria com sintomas do Covid-19. Entretanto, queremos que seja apresentado um laudo médico comprovando oficialmente de que não se trata de coronavírus, até para trazer tranquilidade aos demais bancários. Sem isso, tem que fechar a unidade até a confirmação. É preciso também higienizar esta e todas as agências bancárias por precaução”, afirma Geraldo Ferraz.
Até o fechamento desta edição, o banco não havia atendido à reivindicação pelo fechamento da unidade e nem apresentou laudo médico confirmando se o bancário está ou não com o Covid-19. A omissão de informação por parte do Bradesco aumenta ainda mais a aflição dos demais empregados. O Sindicato continua atento e fazendo visitas à agência Presidente Vargas para acompanhar a situação de saúde dos funcionários.
Os sindicalistas retornaram a agência na quina-feira (2). E estão monitorando a situação na unidade e ouvindo os relatos sobre a saúde de cada bancário.
“Qualquer suspeita ou problema sobre esta situação da pandemia, bem como a pressão por metas, os bancários devem ligar imediatamente para o Sindicato, que está junto com a categoria nesta luta contra essa terrível calamidade que afeta o mundo inteiro. A saúde e a vida das pessoas em primeiro lugar. Nem num momento tão dramático como este os bancos abrem mão da ganância e dos lucros”, ressalta o diretor do Sindicato Ronaldo Fernandes.

Só o Bradesco não assina compromisso de não demitir

O Bradesco se apresenta como uma das empresas que criaram o manifesto “Empresários, não demitam! Esta crise tem data para acabar”. Itaú, Santander BTG Pactual, Banco Inter e XP Investimentos aparecem entre as demais instituições idealizadoras da campanha. Porém, a postura que tenta passar uma boa imagem da marca para a sociedade é só propaganda. Até o fechamento desta edição do Jornal Bancário online, o Bradesco era o único dentre os maiores bancos que não assinou o compromisso de suspender as demissões neste período de pandemia do coronavírus. Pelo visto, o banco compactua com a ideia do “faço o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

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