Segunda, 06 Janeiro 2020 20:31

Carteira verde e amarela beneficia patrões e pode gerar demissões

Sob a alegação de facilitar as contratações para reduzir o alto desemprego provocado por sua política econômica recessiva, o governo Bolsonaro criou a ‘Carteira Verde e Amarelo’, através da Medida Provisória 905. A medida, na verdade, tira proveito da crise econômica e social, para beneficiar ainda mais os empregadores: empresas, bancos e fazendeiros, entre outros.
A nova carteira, alternativa à carteira de trabalho existente há décadas isenta os patrões de recolher tributos e reduz ou retira direitos dos trabalhadores. Poucos sabem o que está em jogo com a edição da MP 905. Ela reduz, restringe ou elimina uma série de direitos – reduz o recolhimento do Fundo de Garantia e a multa em caso de demissão, cobra tarifa do trabalhador desempregado e elimina pagamento por jornadas em dias e horários extraordinários, inclusive fins de semana.
Para o economista Adhemar Mineiro, do Dieese, assim como a reforma trabalhista, a carteira verde e amarelo não promove o crescimento de empregos de qualidade, nem a melhora da economia. Pelo contrário, mantém a atividade econômica estagnada e, além de retirar direitos, pode causar uma onda de demissões em massa com a substituição dos atuais empregados por novos com menos direitos. “Em meio a um ambiente de alto desemprego, em que os trabalhadores, sobretudo os jovens, passam muito tempo à procura de uma vaga, as pessoas tendem a aceitar qualquer coisa”, lamentou.

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