Quinta, 19 Dezembro 2019 19:32

Previ negocia manutenção do benefício do INSS no BB

Márcio de Souza, diretor eleito da Previ esclarece sobre as  consequências do final do convênio do INSS com os fundos de pensão Márcio de Souza, diretor eleito da Previ esclarece sobre as consequências do final do convênio do INSS com os fundos de pensão

A diretoria da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, está negociando com o INSS a manutenção no BB do pagamento dos benefícios do INSS. A informação foi dada nesta quarta-feira (18/12), por Márcio de Souza, diretor de administração eleito da Previ, em reunião com associados, no auditório do Sindicato. Na ocasião, tirou dúvidas sobre a decisão do INSS de romper o convênio pelo qual o fundo de previdência adiantava o pagamento de aposentadorias e pensões do INSS aos funcionários do BB.
“Há uma possibilidade de o pagamento continuar a ser feito pelo BB ao invés da parte do INSS passar a ser creditada pelos bancos indicados pelo Instituto”, adiantou. Caso isso se confirme poderá diminuir o transtorno de quem já vai ter que repensar seu fluxo de caixa até o mês de fevereiro de 2020 para adaptar-se às mudanças que ocorrerão a partir de março. Explicou que a prorrogação para março do início do pagamento em separado (INSS e Previ) foi obtida em negociação com o Instituto. Caso a negociação sobre a manutenção do pagamento no BB não tenha sucesso, a partir de março os associados serão avisados sobre o banco em que será creditado o valor do benefício. Márcio explicou que, neste caso, como a lei garante a portabilidade, o associado da Previ poderá optar por requerer o retorno do pagamento ao BB.
Lembrou que haverá um atraso prejudicial a todos no fluxo de caixa de cerca de 15 dias, entre o recebimento da parte do INSS e a da Previ. Entre os impactos estão o atraso na quitação de contas e o pagamento de valores ao Imposto de Renda, já que serão consideradas para o cálculo da declaração duas fontes de renda. Márcio disse que a concessão e revisão de aposentadorias e pensões, parte do convênio, continuará a ser feita pela Previ. Coordenaram o debate, os diretores do Sindicato, Rita Mota, também da Comissão de Empresa e Roberto André Gomes.
Rita Mota, que também é membro do membro do Conselho Consultivo do Plano 1 da Previ, condenou o rompimento. “Essa alteração unilateral do governo desconsidera o impacto na vida financeira de milhares de aposentados e, adota medida que favorecem bancos privados com recursos para o pagamento dos aposentados”, afirmou.
Ganham os bancos privados
Frisou que o convênio beneficiava a todos os envolvidos: o INSS porque retirou pessoas de suas agências, permitindo um melhor atendimento. E teve grande parte do seu trabalho interno de processamento de gestão de pagamento de benefícios realizada pela Previ; os associados recebiam no dia 20 o benefício do INSS, antecipado pela Previ, e ainda podiam acrescentar esse valor em sua base de cálculo da margem consignável para obtenção de empréstimo simples e financiamento imobiliário.
Para a Cassi, o maior benefício era o controle da Previ sobre os valores do INSS para repasse da contribuição estatutária. Márcio informou que a Previ continuará a descontar o valor integral da Cassi no contracheque da Previ de forma a não trazer prejuízo para a Caixa de Assistência, como já é feito para os que já recebem separadamente INSS e a Previ. Para o banco, o convênio garantia um público cativo recebendo um fluxo mensal de quase R$ 300 milhões. Os únicos que ganharam com o rompimento foram os seis bancos privados escolhidos no leilão feito pelo INSS de sua folha de pagamentos: Santander, Crefisa, Agibank, Itaú-Unibanco, BMG e Mercantil do Brasil. No período 2020 a 2024, esses bancos passarão a pagar os benefícios de todos que vierem a se aposentar. Além disso podem oferecer crédito consignado e a venda de seus produtos, porta de entrada para farta cobrança de tarifas.

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