Terça, 09 Dezembro 2025 16:24
CHEGA DE RENTISMO

Só falta baixar os juros

Economia brasileira dá sinais consistentes de recuperação, com avanço do emprego formal, aumento da renda média e inflação sob controle. Movimento sindical pressiona o BC a reduzir drasticamente a Selic
Reunião do Copom nesta terça-feira (9), a última de 2025: a expectativa do mercado é de uma pequena queda nos juros b´ásicos (Selic) Reunião do Copom nesta terça-feira (9), a última de 2025: a expectativa do mercado é de uma pequena queda nos juros b´ásicos (Selic) Foto: Divulgação

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Economistas desenvolvimentistas e representantes dos trabalhadores defendem que a redução da taxa básica de juros é essencial para consolidar o desenvolvimento econômico, por isso o movimento sindical pressiona o Banco Central por cortes mais profundos na Selic (taxa básica) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta terça-feira (9).

Sinais positivos

A expectativa é que o colegiado avalie o cenário de retomada econômica confirmado por dados recentes do IBGE. Segundo o instituto, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (excluindo domésticos) chegou a 39,2 milhões, o maior patamar da série histórica. O resultado indica estabilidade no trimestre e crescimento de 2,7% em um ano, com a geração de mais 1 milhão de postos formais.

A renda também avançou: o rendimento médio de todas as fontes alcançou R$ 3.208, outro recorde da série. Paralelamente, as projeções do mercado financeiro apontam queda consecutiva na inflação esperada para 2025, que passou de 4,43% para 4,40%, conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (8).

Mais juros que a Rússia em guerra

Mesmo diante deste cenário, o Brasil mantém a segunda maior taxa de juros do mundo, atualmente em 15% - o maior nível em quase duas décadas. O país só fica a trás da Turquia e aparece à frente da Rússia, que enfrenta guerra e restrções impostas por sanções financeiras internacionais. O impacto fiscal também preocupa. Estimativas indicam que metade de tudo o que o país produz é direcionada ao pagamento dos juros da dívida pública. Cada aumento de um ponto percentual na Selic adiciona mais de R$ 50 bilhões às despesas do governo, além de afetar negativamente o consumo, o emprego e o ritmo de crescimento. A atual direção do Banco Central, presidida por Gabriel Galípolo, justifica os juros altos como ferramenta necessária para o “controle da inflação”.

Mídia