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A Cúpula dos Povos – que se realizará paralelamente à COP 30, a conferência oficial sobre meio ambiente – vai se reunir de quarta a domingo (12 a 16/11), em Belém do Pará. A Cúpula contará com a participação de representantes de mais de 1,2 mil movimentos e organizações do Brasil e do exterior, e será aberta com uma “barqueata”, com mais de 200 embarcações, na Baía do Guajará, que banha a cidade de Belém, sede da 30ª edição da COP. O movimento sindical participará da Cúpula dos Povos. A Secretaria de Imprensa do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro entrevistou Cida Cruz, diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato, que participa da Cúpula, a respeito deste importante evento paralelo à COP 30. Leia a seguir.

Imprensa SeebRio – A mídia fala muito sobre a COP-30, a Conferência das Partes sobre o Clima, que acontece em Belém, de 10 a 21 de novembro, reunindo representantes de governos de todos os países. Mas quase nada comenta sobre a Cúpula dos Povos, reunida de 12 a 16 de novembro, também na capital do Pará. Você pode nos explicar do que se trata a Cúpula dos Povos?

Cida Cruz – A Cúpula dos Povos é a reunião das entidades do movimento social – movimento sindical, de mulheres, da população negra, associações de moradores, organizações ambientalistas, representações das entidades indígenas, dos quilombos – da sociedade civil, que acontece paralelamente às COPs. Neste ano, a 30ª COP está se realizando no Brasil.

Imprensa SeebRio – Quais os temas principais da Cúpula?

Cida Cruz – O tema principal é “Da Amazônia para o Mundo’. A Cúpula vai discutir vários subtemas importantes. Entre os principais estão “A justiça climática”, que é a efetivação da transição energética essencial para a vida no Planeta, mas garantindo direitos sociais e a inclusão dos povos neste processo de transição, garantindo a qualidade de vida; a “Reorganização das cidades”, de maneira a que possam resistir às mudanças climátias, de forma que os habitantes, todos eles, sem diferença de classes, possam conviver com dignidade e direitos sociais e que as cidades possam se reorientar, se reestruturar, respeitando o meio ambiente, fazendo reformas para recompor os biomas assegurando que os seres humanos e os demais animais possam viver em harmonia, de acordo com o meio ambiente, e que as cidades possam resistir às alterações climáticas que a gente já percebe no Brasil e no mundo.

Imprensa SeebRio – A Cúpula dos Povos deverá apresentar um documento final para a COP-30?

Cida Cruz – Sim. A Cúpula vai fazer uma série de encontros temáticos, e, ao final, será redigido documento com reivindicações que será entregue à COP 30 no dia 16, domingo.

Imprensa SeebRio – O movimento sindical estará participando da Cúpula dos Povos? Quais as principais reivindicações a serem apresentas pelas centrais sindicais e sindicatos?

Cida Cruz – O movimento sindical participa de maneira unificada da Cúpula dos Povos. Existe o coletivo nacional das entidades sindicais, com a participação das centrais na Cúpula. A CUT, por ser a maior central sindical, representa as demais centrais e os trabalhadores brasileiros também na COP 30. A principal reivindicação do movimento sindical é uma transição com soluções sustentáveis, que concilie justiça climática para as populações, para os trabalhadores, assegurando a redução das desigualdades sociais e econômicas. O documento será também um norte para a ação sindical no Brasil para além da Cúpula dos Povos, sendo referência para os processos de negociação coletiva das categorias, no debate com os governos dos estados, municípios e com o governo nacional. Essa é a nossa pauta principal.