EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O reporter fotográfico Nando Neves faz a sua própria foto. O profissional integrou o juri da 47ª Edição do Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na escolha do melhor trabalho de fotojornalismo.
Olyntho Contente
Imprensa SeebRio
O fotojornalista do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Nando Neves, participou da Comissão Julgadora da 47ª Edição do Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na escolha do melhor trabalho de fotojornalismo. A vencedora foi a fotografia “Antes que ela veja”, de Márcia Foletto, do jornal O Globo. Os prêmios de melhor fotografia, melhor texto, multimídia, entre outras categorias, serão entregues dia 27 de outubro, uma segunda-feira, às 20h, no Tucarena, em São Paulo.
A premiação terá início às 20h, precedida da já tradicional roda de conversa com os ganhadores. As atividades são abertas ao público e transmitidas pela TV PUCSP. Dorrit Harazim e Dom Angélico Sândalo Bernardino (in memoriam) serão homenageados com o Prêmio Especial 2025.
O jornalista Vladimir Herzog foi preso em 24 de outubro de 1975, convocado a prestar depoimento na sede do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). No local, foi interrogado, torturado e assassinado um dia depois. Portanto, no sábado, 25, farão 50 anos da sua morte.
Nando Neves, que é também diretor do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, falou sobre a importância do prêmio. “Foi uma honra participar do júri do Prêmio Vladimir Herzog, entregue num momento em que estão sendo julgadas altas patentes militares e o ex-presidente (Jair Bolsonaro) por tentativa de golpe de Estado no Brasil. Estamos, com o prêmio, reafirmando a nossa democracia. O prêmio Vladimir Herzog é uma forma de lembrar o que aconteceu (durante a ditadura militar, os casos de tortura e assassinatos como o do próprio Herzog), para que não aconteçam novamente, como naqueles tempos sombrios”, ressaltou.
Nando Neves lembrou da importância da Justiça brasileira ter reconhecido a responsabilidade do Estado pela prisão ilegal, tortura e assassinato do jornalista, condenando a União pela indenização à família. “É importante este reconhecimento e também o prêmio para que os que não viveram sob a ditadura possam entender o que aconteceu e lutar para que não volte novamente”, afirmou.
Disse que a foto vencedora, da fotojornalista Márcia Foletto, revela a violência da polícia invadindo uma favela, mostrando uma mãe tapando o rosto da filha, que ela levava para a creche. “É uma cena que mostra bem o que os moradores de comunidade convivem. Eu morei durante 56 anos em uma comunidade e sei muito bem como é isso. Para mim, ver esta foto foi vivenciar uma realidade muito próxima”, disse.
Nando Neves começou a carreira no Jornal do Brasil, em 1985, tendo trabalhado em diversos sindicatos, a começar pelo dos ferroviários, em 1988, aeronautas, aeroviários, Sindsprev/RJ, na CUT do Rio de Janeiro, no Partido dos Trabalhadores, no Jornal do Commercio e Monitor Mercantil. Também em 1985 entrou para o Centro de Documentação Imagens da Terra, coordenado pelo fotojornalista, João Roberto Ripper.
Em 1991 começou no Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, onde está até hoje. Em 1992 participou de uma reportagem especial para o jornal francês Le Monde Diplomatique sobre trabalho escravo no Brasil, em parceria com fotojornalista Ricardo Funaro.