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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Uma pesquisa realizada pela Nutanix, empresa norte-americana de computação em nuvem sediada na Califórnia, revela que quase todas as instituições financeiras já iniciaram a utilização da Inteligência Artificial Generativa (GenAI, na sigla em inglês).
Recentemente, o Itaú anunciou que disponibilizará, para cerca de dez mil clientes, uma ferramenta de GenAI para atuar como agente de investimentos, auxiliando especialmente aqueles que ainda não contam com assessoria especializada. A meta do banco é atingir 500 mil clientes até o final deste ano, substituindo gradualmente o atendimento humano por tecnologia na área de negócios.
O lançamento do Itaú Emps, novo aplicativo voltado para empresas-clientes, busca atender micro e pequenos negócios, bem como profissionais autônomos com faturamento anual entre R$ 200 mil e R$ 3 milhões. A proposta é oferecer um sistema de autosserviço transferindo para a plataforma funções antes desempenhadas por gerentes.
Mas surge a questão: é seguro manter dados sensíveis e informações de investimentos na nuvem? Garantir privacidade e segurança segue sendo o maior desafio dos bancos no uso de novas tecnologias.
Segundo a pesquisa da Nutanix, 97% das instituições financeiras não protegem de forma adequada suas aplicações de GenAI. A maioria aponta falta de competências para gerenciar a tecnologia com a infraestrutura atual, e admite que poderia fazer mais para proteger seus modelos e aplicações.
Embora a adoção esteja avançando rapidamente, especialistas alertam para riscos crescentes. “Vemos que, cada vez mais, as plataformas digitais de bancos e de comércio eletrônico enfrentam problemas com falta de segurança e golpes, e quem acaba prejudicado é o cliente. É preciso um amplo debate sobre esta questão, pois as próprias empresas reconhecem as dificuldades para manter sigilo, privacidade e segurança de contas e investimentos”, afirma Kátia Branco, vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.
IA e emprego
Kátia também ressalta a importância de a classe trabalhadora participar do debate sobre novas tecnologias e seus impactos no mundo do trabalho, tema que estará em pauta na 27ª Conferência Nacional dos Bancários, que ocorrerá em São Paulo, de 22 a 24 de agosto.
“É preciso discutir como essas ferramentas podem ser utilizadas para facilitar o trabalho humano e aumentar a produtividade das empresas, mas com garantia de redução da jornada sem redução salarial e até maiores ganhos para os empregados, além de mais qualidade de vida para os trabalhadores. Caso contrário, elas se tornam apenas instrumentos de acúmulo de capital, ampliando lucros e desigualdades, e gerando mais desemprego”, conclui Kátia.