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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Definir as principais reivindicações e plano de lutas da categoria até o próximo ano. Este será o objetivo central da 27ª Conferência Nacional dos Bancários, que reunirá cerca de 650 participantes de todos os estados do país em São Paulo. A Conferência está sendo organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e dirigida pelo Comando Nacional dos Bancários, que negocia diretamente com os bancos.
José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro e integrante do Comando Nacional, adiantou que serão debatidos temas relevantes para a categoria, que já estão sendo discutidos nas conferências regionais e estaduais, como os impactos das novas tecnologias e da inteligência artificial no trabalho bancário; a regulação do sistema financeiro nacional; a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; a terceirização e pejotização no setor bancário; e ainda a mobilização e organização dos trabalhadores.
“Vamos avaliar a conjuntura internacional e nacional e definir de que forma a nossa categoria vai participar das lutas mais gerais, como a defesa da soberania nacional contra as tarifas que o governo Donald Trump decidiu impor ao Brasil; pela isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e redução até R$ 7 mil; e taxação dos milionários no país; além de nos debruçar sobre temas específicos que afetam a vida de bancários e bancárias, como a introdução da inteligência artificial e a regulamentação do sistema financeiro”, exemplificou Ferreira.
Lembrou que na reunião com o Comando Nacional sobre IA, na segunda-feira (28/7), os bancos concordaram em discutir as reivindicações feitas pelos representantes bancários, como redução da jornada para 4 dias de trabalho por três de folga e melhorias salariais, a partir da constatação de que a adoção da nova tecnologia irá trazer aumento da rentabilidade para os bancos, mas, também, da produtividade e da sobrecarga de trabalho.
“Será estabelecido um calendário de negociações sobre este assunto, mas vai ser necessária a mobilização da categoria para que haja avanços”, avaliou Ferreira. Outra demanda será a regulamentação do sistema financeiro, que visa impor às fintechs e bancos aéreos (sem estrutura física), por exemplo, os mesmos tributos pagos pelos bancos e o cumprimento dos mesmos direitos dos bancários aos trabalhadores destas empresas por prestarem serviços iguais aos dos bancos.
Debate vem sendo feito nos estados – Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, uma das coordenadoras do Comando Nacional, também falou sobre a Conferência Nacional.
“Realizamos a Consulta Nacional à categoria, que contou com mais de 30 mil respondentes, e 11 conferências nas diferentes regiões do país. Na Conferência Nacional, vamos debater sobre os pontos que foram trazidos de nossas bases sindicais e sobre diversas questões do dia a dia de trabalho da categoria e da sociedade brasileira para definirmos as ações em defesa da categoria e da classe trabalhadora como um todo”, afirmou.
Lembrou que o evento vem sendo antecedido por um amplo debate nos estados. “É um processo bastante democrático, do qual toda a categoria pode participar, apontando suas prioridades em questões, relacionadas à defesa do emprego bancário, à implementação de novas tecnologias nos bancos, ao adoecimento relacionado ao trabalho, ao preconceito e equidade, à melhoria dos salários e rendas complementares, enfim mais específicas da categoria”, explicou Juvandia. “Mas também outras que envolvem a classe trabalhadora em geral e a sociedade como um todo, ligadas ao orçamento familiar; isenção de imposto de renda e outras questões tributárias; jornada de trabalho; crédito pessoal; e igualdade de gênero”, completou.
Diversidade – As delegações devem respeitar a cota de gênero mínima de 30%. Outra recomendação é para que haja, pelo menos, 10% de delegados, ou delegadas, com até 35 anos de idade.
Para garantir a participação de delegadas mães e delegados pais de crianças com até seis anos de idade, será disponibilizada uma “creche”, com espaço de recreação e cuidadores no local. Basta que, no momento da inscrição, seja informada a necessidade, para que a estrutura adequada para este serviço esteja preparada para recepcionar todas as crianças inscritas.
Conferências regionais – Das 11 conferências regionais, seis já foram realizadas com bancários do Rio de Janeiro (Federa-RJ), Santa Catarina (Fetrafi-SC), São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS); Minas Gerais (Fetrafi-MG), Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) e da Bahia e Sergipe (Feeb-BA/SE).
Os bancários do Nordeste (Fetrafi-NE) se reúnem de 1º a 3 de agosto, em Teresina (PI); do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES) em Itaperuna (RJ), no dia 2 de agosto; do Paraná (Fetec-PR) e do Centro-Norte (Fetec-CN), no dia 9 de agosto, ambas em formato remoto, por meio de plataforma de conferência eletrônica pela internet; e de São Paulo (Fetec-SP), na capital do estado, no dia 16 de agosto.
Neste ano, nas conferências regionais foram debatidos oito temas: Conjuntura nacional e internacional; os impactos de novas tecnologias e da IA no trabalho bancário; a regulação do sistema financeiro nacional; redução da jornada de trabalho sem redução salarial; terceirização e pejotização no setor bancário; formação; comunicação popular; e mobilização e organização dos trabalhadores.
“Os debates realizados nas conferências regionais, e também nos encontros de trabalhadores de cada um dos principais bancos, são importantes para direcionar as prioridades que serão definidas na Conferência Nacional. Sem elas, não seria possível realizarmos a conferência nacional em apenas dois dias, devido à diversidade de demandas e propostas de ação trazidas pelos trabalhadores do ramo”, observou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, que divide a coordenação do Comando Nacional dos Bancários com a presidenta da Contraf-CUT.
Além das conferências regionais da categoria, são realizados encontros estaduais/regionais de trabalhadores de cada um dos bancos e os principais bancos do país também realizam encontros/congressos nacionais.