Segunda, 28 Julho 2025 15:52

11ª Marcha das Mulheres Negras protesta contra violência, racismo e desigualdades sociais

Evento em Copacabana homenageou Marielle Franco e defendeu redução da jornada de trabalho, justiça tributária e fim dos juros altos no Brasil
Jô Araújo, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio (de vestido verde), participou da 11ª Marcha das Mulheres Negras, em Copacabana Jô Araújo, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio (de vestido verde), participou da 11ª Marcha das Mulheres Negras, em Copacabana Foto: Divulgação

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Integrantes de movimentos sociais, comunitários e diversas parlamentares participaram da 11ª Marcha das Mulheres Negras, realizada no último domingo (27 de julho), em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Mobilizações semelhantes ocorreram em diversas cidades do país, em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho.

O ato na orla carioca contou com caravanas vindas de mais de 70 municípios do Estado e teve como eixos principais o combate ao racismo, à violência de gênero e à desigualdade social.

Durante a manifestação, houve uma homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018. Marielle completaria 46 anos em 2025. Familiares estiveram presentes no ato, entre eles a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. “Para nós, mulheres negras cariocas e fluminenses, é urgente enfrentar essa realidade que nos oprime e aprofunda o racismo e as desigualdades contra nosso povo trabalhador”, afirmou Jô Araújo, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, que participou da marcha.

Basta de violência

As manifestantes denunciaram o racismo estrutural, o machismo e a violência, exigindo igualdade de oportunidades e o fim de todas as formas de opressão. “Nós, moradoras da Zona Oeste e das favelas sabemos muito bem que o racismo estrutural e a política de segurança do governo Cláudio Castro (PL) matam nossos filhos negros e negras. A violência no Rio tem cor e atinge principalmente os mais pobres”, completou Jô.

A sindicalista lembrou que Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 revelaram que 63,6% dos feminicídios no país vitimam mulheres negras, e 55,6% dos casos de estupro também têm mulheres negras como vítimas.

As participantes do evento protestaram também contra a jornada exaustiva de trabalho (escala 6x1), os altos juros e defenderam justiça tributária, com a taxação dos super-ricos como forma de garantir isenção do Imposto de Renda para milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

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