Quarta, 18 Junho 2025 19:51
O POVO PAGA A CONTA

BC eleva juros para 15% ao ano, maior patamar em quase 20 anos

Gabriel Galípolo repete política monetária de Roberto Campos Neto de juros nas alturas. Ambos são representantes do mercado financeiro
Protesto em frente ao prédio do Banco Central. A mobilização contra os juros altos vai continuar Protesto em frente ao prédio do Banco Central. A mobilização contra os juros altos vai continuar Foto: Nanda Neves

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18) manter o ciclo de alta da taxa básica de juros. A Selic saltou de 14,75% para 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos, superado apenas pela taxa básica de juros de julho de 2006, ocasião em que chegou a 15, 25% anuais.

Cresce a inadimplência 

O Brasil continua com um dos maiores juros reais do mundo, o que afeta diretamente a vida dos trabalhadores. Com juros elevados, as famílias têm dificuldades para comprar no crédito e o endividamento dos brasileiros tende a subir ainda mais. Em maio de 2025, o número de brasileiros com o nome inscrito em cadastros de inadimplência, como o SPC e Serasa, atingiu um recorde, com 70,29 milhões de pessoas. 

Além de inibir o crédito e, por conseguinte, o consumo, os juros altos afetam também os investimentos das empresas dos setores produtivos. 

A economia, dominada pelo rentismo no Brasil, controlada por um cartel de bancos, prejudica o país como um todo, impedindo a retomada do desenvolvimento econômico iniciada pelo governo Lula e aumentando ainda mais a dívida pública. Só em 2024, o governo federal pagou mais de R$1 trilhão de juros da dívida. 

O povo paga a conta 

O movimento sindical critica a política monetária do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, que repete os rumos de seu antecessor, Roberto Campos Neto, de juros nas alturas e vai continuar protestando. 

Perdem o povo brasileiro, os setores produtivos e o Brasil. Só ganham com a farra especulativa, banqueiros e grandes investidores. E são estes privilegiados que cobram do governo corte de gastos.  

Historicamente, os juros contribuem fundamentalmente para o desequilíbrio das contas públicas do país. Mas Bradesco, Itaú e Santander, além das fintechs e plataformas digitais de pagamento, como Nubank e Inter, fingem não saber disso. 

 

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