Quinta, 12 Junho 2025 16:50

Assaltos em agências e golpes digitais preocupam Coletivo de Segurança

Apesar dos números apresentados pela Febraban mostrarem queda no número de assaltos às agências bancárias, problema ainda preocupa a categoria Apesar dos números apresentados pela Febraban mostrarem queda no número de assaltos às agências bancárias, problema ainda preocupa a categoria Foto: Divulgação

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

O Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) realizou, nesta quarta-feira (11), uma reunião com representantes das federações e sindicatos de bancários de diversas regiões do país para discutir as principais preocupações e propostas relacionadas à segurança no setor financeiro.

Aumento de assaltos

Uma questão que preocupa os dirigentes sindicais é o aumento de assaltos a agências bancárias e ataques a caixas eletrônicos, sobretudo em áreas mais vulneráveis. O aumento exponencial de fraudes em instituições de plataformas digitais também foi debatido. O movimento sindical cobra uma nova regulação do sistema financeiro e um dos motivos, além do trabalho precário dos funcionários de fintechs e instituições digitais de pagamento, como Nubank e Inter, é justamente os golpes financeiros sofridos por clientes.

Experiências bem sucedidas

As mudanças regulatórias recentes no setor também foram tema do encontro com ênfase no impacto das novas exigências sobre os padrões de segurança tanto nas agências físicas quanto nos canais digitais. Foram citadas ainda experiências bem-sucedidas de outras regiões, como o uso de tecnologias de monitoramento remoto e soluções integradas de proteção aos caixas eletrônicos. Os participantes da reunião reforçaram a importância de pressionar os bancos para ampliar os investimentos em segurança, incluindo tecnologia de ponta e treinamento especializado para os trabalhadores. A necessidade de padronizar procedimentos de segurança em todas as regiões e de promover campanhas educativas para os clientes e a sociedade também foi consenso entre os participantes.

“A segurança bancária precisa ser tratada como prioridade estratégica pelos bancos. Não podemos permitir que trabalhadores e clientes fiquem expostos a riscos por falta de investimento ou descaso com os protocolos. Nossa luta é para que a segurança acompanhe as transformações digitais e preserve a integridade de todos que utilizam os serviços bancários”, destacou Jair Alves,
coordenador do Coletivo.

As federações presentes decidiram propor à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) uma nova rodada de negociação presencial em agosto e o resgate de uma pesquisa que demonstra a queda nos índices de criminalidade após a instalação de portas giratórias nas agências.

"Precisamos focar sempre na segurança dos bancários, trabalhadores terceirizados, clientes e usuários. As pessoas precisam ser sentir seguras quando usam uma agência bancária. Os bancos lucram bilhões à custa da sociedade e o mínimo que podem fazer é garantir o direito à vida para as pessoas", destacou o diretor do Sindicato do Rio, André Spiga, que faz parte do Coletivo Nacional. 

A próxima reunião acontecerá no dis 10 de julho (presencial) ou 11 de julho (online).

 

Ações práticas definidas para os próximos meses

  • Criação de um comitê inter-regional para monitoramento e troca de informações;
  • Organização de um seminário nacional sobre segurança bancária até o final de novembro;
  • Elaboração de um documento conjunto para cobrar mais investimentos do setor bancário;
  • Reforço nas campanhas de conscientização voltadas ao público, com orientações para práticas seguras no uso de serviços físicos e digitais;
  • Estreitamento de parcerias com órgãos públicos e empresas de tecnologia para adoção de soluções inovadoras.
  • Avaliar os panos de segurança das agências junto à Polícia Federal;
  • Proibir a abertura de terminais de autoatendimento pelos funcionários;
  • Sugerir que os bancos informem, de forma clara nas fachadas das agências, a inexistência de numerário no local;
  • Organizar visitas técnicas aos centros de segurança dos principais bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa);
  • Discutir a participação de representantes da Polícia Federal e de especialistas no futuro seminário de segurança bancária.

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