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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Os bancos privados alegam a concorrência com fintechs e plataformas digitais para justificar o processo pesado de fechamento de agências físicas, que resulta num grande número de demissões no setor. No entanto, ao levar em consideração o aumento dos lucros do setor, com resultados históricos, o motivo é outro: ganhar ainda mais dinheiro à custa da exploração e o adoecimento da categoria sem o menor pudor e respeito para com a população que busca atendimento presencial nas agências.
Itaú segue lucrando mais
O Itaú registrou lucro recorrente gerencial de R$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 14% ante o mesmo período do ano passado. O resultado foi divulgado na quinta-feira (8) e estava dentro da expectativa do mercado.
"O problema é como o Itaú e demais bancos privados têm alcançado estes ganhos absurdos, à custa de demissões de bancários a partir da extinção de agências físicas e da exploração da categoria impondo metas desumanas que estão adoecendo os trabalhadores", destacou o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio Gilberto Leal. O Itaú fechou 227 agências em 2024, reduzindo postos de trabalho e piorando o atendimento presencial à população, especialmente os mais idosos que têm dificuldades de acessar plataformas digitais.
Bradesco: lucro 39,3% maior
O Bradesco registrou um Lucro Líquido Recorrente de R$ 5,864 bilhões no primeiro trimestre de 2025, representando um crescimento ainda maior de 39,3% em relação ao mesmo período de 2024 e de 8,6% frente ao trimestre anterior.
Apesar do lucro expressivo, o Bradesco manteve sua política de redução de postos de trabalho e estrutura física. Em doze meses, foram encerrados 2.269 postos de trabalho, sendo 657 apenas no primeiro trimestre de 2025. Ao final de março, a holding contava com 83.365 funcionários, dos quais 71.953 estavam no Bradesco. O banco justifica os cortes como parte de um movimento de “ajuste no custo de servir” e “reforço nas áreas de tecnologia, operações e negócios”.
Também foram fechadas 420 agências, 891 postos de atendimento e 81 unidades de negócios nos últimos 12 meses. A rede passou a contar com 2.284 agências, 2.776 postos de atendimento (incluindo Postos de Atendimento Eletrônico/PAEs) e 721 unidades de negócios.
O diretor do Sindicato do Rio Leuver Ludolff participou da reunião da COE, na terça-feira (6), em Osasco, sede da instituição, em que os dirigentes sindicais criticaram as demissões, o fechamento de agências e a campanha publicitária do Bradesco 'Sacar pra que?', que está constrangendo a população, se negando a garantir o atendimento aos clientes e usuários nos caixas presenciais e até nos caixas eletrônicos. No Rio, a entidade sindical denunciou ao BC e ao Procon o desrespeito do banco para com a população.
Terceirização no Santander
O Santander mostrou lucro líquido gerencial de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 27,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com aumento da carteira de crédito e da rentabilidade. O diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, Marcos Vicente, criticou a ganância do banco espanhol que, mesmo com lucros crescentes, tem mantido a prática injustificada de demitir e fechar agências.
“Mesmo com a escalada expressiva nos resultados o Santander segue com o fechamento de agências, de postos de trabalho e com a prática da precarização da relação do trabalho através de fraudes na terceirização”, afirmou. Esta terceirização fraudulenta, prejudica a categoria, mas também os clientes e toda a população usuária dos serviços.