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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
É celebrado nesta sexta-feira, 2 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral. A data é de grande relevância para a categoria bancária, uma das mais atingidas por esta prática - segundo dados do próprio Tribunal Superior do Trabalho (TST) - que adoece um número cada vez maior de trabalhadores e trabalhadoras, em função da imposição de metas desumanas.
Não por acaso cresce em todo o país o número de funcionários de bancos afastados do trabalho por causa de doenças mentais. Em relação às doenças mentais e comportamentais, em 2022, a categoria bancária foi responsável por 25% dos afastamentos acidentários e 4,3% dos afastamentos previdenciários. Mesmo com os números oficiais comprovando o problema, os banqueiros continuam negando que o adoecimento mental tenha relação com a gestão dos bancos.
“O nosso papel é múltiplo, sendo o primeiro o despertar da consciência sobre a relevância do tema, tornando possível que cada bancário e bancária compreenda as diversas formas e também consequências dessa violência psicológica nos locais de trabalho que podem levar a um grave adoecimento. Por isso incentivamos que o trabalhador faça a denúncia, além de estimularmos ações efetivas de prevenção por parte dos bancos”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro José Ferreira.
O tema continuará sendo uma das prioridades na campanha nacional da categoria deste ano.
O que configura o assédio
O assédio moral se configura por ato frequente de abuso psicológico, desvalorização, humilhação, intimidação, isolamento, exposição ou constrangimento, que fere a integridade ou a dignidade do trabalhador.
O assédio moral costuma partir de quem ocupa cargos hierarquicamente superiores dentro do banco — um chefe que utiliza termos depreciativos para se referir ao seu subordinado, que grita com o funcionário, faz brincadeiras impertinentes ou estabelece metas abusivas para a equipe, por exemplo. Mas também é possível que assediador e assediado desempenhem a mesma função dentro do banco — é o chamado assédio moral horizontal. Esse comportamento pode ser instigado pelo clima de competição exagerado incentivado pelo banco, dizem os especialistas.
“Além dos efeitos imediatos causados por situações de violência desse tipo, o assédio moral no trabalho pode desencadear transtornos mentais graves, como Síndrome de Burnout e do pânico, estresse e depressão entre outros problemas graves de saúde. Por isso vamos continuar denunciando esta prática nos bancos e exigir o fim de toda a forma de pressão psicológica no trabalho”, destacou o diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato, Edelson Figueiredo.