Quarta, 21 Fevereiro 2024 16:00
GENOCÍDIO

Grupo de Judeus presta solidariedade a Lula em críticas às ações militares de Israel em Gaza

A ação militar de Israel em Gaza faz o primeiro ministro Netanyahu ganhar tempo em relação aos protestos populares contra o seu governo, acusado de corrupção e autoritarismo A ação militar de Israel em Gaza faz o primeiro ministro Netanyahu ganhar tempo em relação aos protestos populares contra o seu governo, acusado de corrupção e autoritarismo

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Mídia Ninja

 

A declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua passagem pela Etiópia, comparando o genocídio feito pelo governo do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contra a população da Faixa de Gaza, ao holocausto de judeus pelos nazistas trouxe uma forte reação contrária na grande imprensa e em setores conservadores do Brasil e do exterior. 

Netanyahu disse que fala de Lula é "vergonhosa" e convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv para dar explicações e a "uma dura conversa" conforme expressão do próprio premier israelense. 

Setores de extrema-direita de Israel no Brasil e no exterior, acusaram Lula de "antissemitismo", jargão sempre utilizado com ecos na grande mídia quando uma ação ou posição israelense é criticada. Lula foi considerado "persona non grata" no país, segundo declaração do ministro de Relações Exteriores Israel Katz. 

Busca pela paz 

No entanto, o presidente Lula, ao criticar o inegável genocídio contra os palestinos ao mesmo tempo em que reafirmou que condena as ações do grupo Hamas e os consideras como atos terroristas, na verdade, apenas consolida a posição da diplomacia brasileira contra o conflito e a reação extremada do governo de Israel, que tem matado milhares de inocentes, inclusive crianças. O governo federal reagiu convocando o embaixador Israelense para dar explicações. 

Apoio a Lula 

O grupo de judeus "Voz Judaica por Libertação" emitiu nesta quarta-feira (21), uma carta de apoio ao presidente Lula. No documento, os judeus prestam solidariedade a Lula ressaltando a importância da tentativa do presidente brasileiro de chamar a atenção para as mais de 30 mil pessoas assassinadas pelas forças militares de Israel. O grupo judeu considera a situação complexa e constrangedora para o seu povo que sofreu com o Holocausto promovido por Adolf Hitler e agora tem o seu país associado ao genocídio de palestinos. A nota destaca também a relevância das críticas do governante brasileiro que chamou a atenção para uma necessidade urgente de uma ação internacional para cessar os ataques do exército israelense na região e buscar uma negociação pela paz. 

Populares israelenses foram às ruas protestar contra a posição violenta do governo em resposta às ações terroristas do Hamas. Os protestos foram duramente  reprimidos pela polícia no país. 

Versão dos palestinos 

O embaixador palestino no Brasil Ibrahim Alzeben declarou que as reações contrárias às declarações de Lula são injustas e estão relacionadas ao apoio do governo brasileiro à criação de um Estado Palestino. 

O Brasil teve um papel relevante na criação foi Estado de Israel, em 1948. 

Dois pesos, duas medidas

Chama a atenção ainda e a imprensa não comenta é que, em dezembro de 2023, o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan declarou na época que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não é diferente de Adolf Hitler e comparou os ataques em Gaza ao tratamento dado pelos nazistas ao povo judeu. As afirmações do líder turco não tiveram as mesmas reações duras do governo israelense dadas em relação às críticas feitasxpelo presidente brasileiro. 

Não se pode esquecer também que a ação militar em Gaza garantiu a Netanyahu ganhar tempo em relação aos protestos do povo israelense contra o seu governo, acusado inclusive de corrupção e autoritarismo.  

O ex-chanceler é assessor de Lula, Celso Amorim,  disse que as declarações do brasileiro "sacudiu o mundo", avaliando que "as emoções podem resolver o que a frieza política não consegue". 

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