Segunda, 22 Mai 2023 17:02

Pressão do Sindicato e de moradores faz Itaú recuar e manter agência em Paquetá

Preservação da única unidade bancária da localidade beneficia a população e garante emprego dos bancários
Idosa no protesto contra a decisão do Itaú de fechar a única agência bancária da Ilha de Paquetá. José Ferreira comemorou a vitória do Sindicato e da sociedade. A atividade contou com uma ‘abraço’ à agência  (foto abaixo) Idosa no protesto contra a decisão do Itaú de fechar a única agência bancária da Ilha de Paquetá. José Ferreira comemorou a vitória do Sindicato e da sociedade. A atividade contou com uma ‘abraço’ à agência (foto abaixo)

A pressão dos moradores e do movimento sindical fez com que o Itaú voltasse atrás na decisão de fechar a única agência bancária da Ilha de Paquetá. O banco informou o fato em nota enviada à imprensa, na tarde da quinta-feira passada (18), logo após a realização de mais um protesto em frente à unidade, que teve um abraço simbólico à agência.
“O Itaú Unibanco reavaliou a situação na Ilha de Paquetá e informa que manterá seu atendimento na cidade (sic), apoiando o dia a dia das pessoas e da economia local com a qualidade de sempre”, disse o banco na nota.
A mobilização contra o fechamento teve grande repercussão na mídia, revelando que o respeito do Itaú existia apenas em sua publicidade.

Quem luta conquista

José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro comemorou. “É uma importante vitória para a comunidade de Paquetá e para a categoria bancária resultado de uma luta conjunta que teve à frente a Associação de Moradores (Morena), o Sindicato e a Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Financeiro (Federa-RJ). Este esforço fez com que o Itaú revisse a sua posição”, afirmou.
Para o sindicalista isto mostra ser possível conter a política, não só do Itaú, mas dos bancos em geral, de fechamento cada vez maior de agências, como forma de cortar custos e aumentar seus lucros, forçando a migração dos clientes para os canais digitais. Esta política exclui dos serviços bancários grande parte da população, que não tem acesso à internet, ou não sabe lidar com o atendimento digital, especialmente os idosos, precisando, por isto mesmo, das agências físicas.

Idosos beneficiados

A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, diretores da federação e do Sindicato também comemoraram a vitória e criticaram o banco.
"Os idosos, os mais pobres e os que não sabem ler são os mais atingidos", explica a diretora do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel. Tomando como exemplo Paquetá, segundo o IBGE, a ilha tem o dobro da média nacional de idosos, ou seja, muitas pessoas não estão familiarizadas com as novas tecnologias e ainda precisam de um atendimento presencial. A população brasileira tem 15,7% de idosos; em Paquetá, o índice é de 31,6%. Ainda segundo o IBGE cerca de 28,2 milhões de brasileiros não têm acesso à internet.
De acordo com a associação de moradores, Paquetá não tem banco 24 horas, lotéricas, posto avançando, nada além da agência. A medida do encerramento das atividades aconteceria por conta do processo de digitalização dos serviços bancários, mas graças à ação conjunta do movimento sindical com a sociedade, o banco decidiu manter a unidade funcionando. 

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