Quinta, 28 Outubro 2021 15:44

Itaú obriga funcionários a participar de comemoração em meio a demissões em massa e a 600 mil mortes pela pandemia

Imprensa SeebRio

O Itaú, em mais uma demonstração de falta de sensibilidade e desprezo pelo sofrimento, convocou os funcionários para ‘fazer um brinde’, nesta quinta-feira (28/10), às 14h30, no que o banco está chamando de ‘a grande virada’. A comemoração fora de hora impõe que todos estejam vestidos de branco, usem taças transparentes, que as agências sejam enfeitadas ‘com bolas brancas e laranjas’ e que o brinde seja feito ‘com suco de laranja’ ou ‘refrigerante sabor laranja’.

O Brasil registrou nesta quarta-feira (27) 433 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, com o total de óbitos chegando a 606.726 desde o início da pandemia. Que o banqueiro não tem nenhuma empatia com os mais de 600 mil mortos pela pandemia do novo coronavírus, não surpreende a mais ninguém, mas fazer uma comemoração neste momento mostra o tamanho do desprezo pelas vidas perdidas.

O que os bancários têm pra comemorar? As mortes de seus parentes e amigos? A demissão de seus companheiros de trabalho em plena pandemia? Ou o banco espera que eles comemorem suas futuras demissões provocadas pela reestruturação, cujo início o banco quer marcar hoje?

Chamam a atenção ainda as cores escolhidas pelo banco. Mesmo sabendo que o laranja é uma das cores do Itaú, é sugestivo que o banco comemore os resultados da política econômica tocada por um banqueiro acusado de ter conta offshore em um paraíso fiscal, da qual diz ter se afastado, sem convencer a ninguém.

Se o Itaú tem o que comemorar, os bancários não têm motivos para isso e esperam respeito por parte daqueles que lucram muito com a dor do povo brasileiro e com o desespero da categoria.

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