Segunda, 30 Agosto 2021 21:27
ITAÚ

Sindicatos cobram solução para demissões e mudanças que afligem os bancários

Maria Izabel, Jorge Lourenço e Laércio Pereira numa atividade no Itaú. O Sindicato quer garantir os empregos e o fim das metas abusivas Maria Izabel, Jorge Lourenço e Laércio Pereira numa atividade no Itaú. O Sindicato quer garantir os empregos e o fim das metas abusivas

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e membros do Comando Nacional dos Bancários se reuniram com a direção do banco, na quarta-feira (25). Na pauta, o debate sobre as mudanças no mundo do trabalho que afetam e prejudicam os funcionários e as relações de trabalho em função das reestruturações feitas nos últimos anos e que tanto afligem os bancários. O movimento sindical quis saber a posição do banco em relação aos impactos das novas tecnologias no emprego dos bancários, o que vem ocorrendo em função da concorrência dos bancos tradicionais com as fintechs e plataformas digitais no setor financeiro.

O que o banco diz

O diretor executivo de recursos humanos do Itaú Unibanco, Sérgio Fajerman, disse que “a concorrência no sistema financeiro traz uma série de desafios para o banco, que gera as mudanças” e prometeu o compromisso de manter o diálogo com os representantes dos funcionários. Destacou ainda as mudanças de comportamentos dos clientes e consumidores e deu como exemplo as novas formas de relacionamento das empresas com a clientela, citando o modelo utilizado pela Magazine Luiza e seu atendimento virtual e alegou que está em fase de experiência no banco três tipos de atendimento: o 100% presencial; a distância e o “híbrido flexível”. Apontou ainda o custo das agências físicas.
“Na prática do dia a dia, a realidade é a pior possível para o funcionários, com pressão por metas abusivas em plena pandemia e o medo de perder o emprego, que atemorizam o bancário”, disse Maria Izabel, diretora do Sindicato e representante da COE.

Retorno ao presencial

A despeito do retorno ao trabalho presencial diante da gravidade da Covid-19, Sérgio garantiu que se dará de forma segura e ainda não há prazo definido para a volta dos funcionários, levando em consideração os protocolos de prevenção, a vacinação e a situação das variantes.

Demissões

O representante do Itaú disse ter preocupação com o emprego e que é necessário atender as necessidades dos investidores, mas também servir a sociedade. “Temos que olhar para a sociedade, o bancário, acionistas e o mercado”, afirma. Sobre o programa Gera, que tem resultado em muitas reclamações dos funcionários, prometeu aprofundar o debate sobre o tema com os sindicatos. Na prática, o que tem acontecido são demissões em massa. Os sindicalistas cobraram a manutenção dos empregos, pois o banco tem dispensado trabalhadores em plena pandemia, o que tem resultado em seguidas derrotas do Itaú e demais bancos privados na Justiça do Trabalho, através de ações do Departamento Jurídico do Sindicato. “A todo momento somos atacados em nossos direitos, como na MP 1045, que tenta mudar a jornada da categoria. Passam uma imagem de que somos trabalhadores privilegiados e não somos. Tudo que conquistamos foi fruto de muita mobilização e jamais vamos desistir de lutar”, disse Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ e diretora do Departamento Jurídico do Sindicato.

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