Quinta, 05 Agosto 2021 21:21

Bancos, como o Itaú, são ilha de prosperidade na pandemia

A economista do Dieesem Cátia Uehara A economista do Dieesem Cátia Uehara

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Diferentemente dos trabalhadores, pequenas e médias empresas e a maioria da população os bancos brasileiros estão nadando de braçada, sendo ilhas de prosperidade no meio de uma economia estagnada. O Itaú, por exemplo, não enfrentou problemas com a pandemia, pelo contrário: com o home office reduziu despesas, repassando-as aos bancários; com a ampliação dos meios digitais, demitiu em massa; e ainda cortou gastos com o fechamento de agências físicas e grandes prédios e até mesmo com viagens.

“A pandemia acabou sendo um bom negócio para os bancos”, constatou a economista Cátia Uehara, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em palestra na abertura do Encontro Nacional dos Bancários do Itaú, nesta quinta-feira (5/8). Disse que o lucro do Itaú em 2020 só caiu em função do montante destinado à Provisão para Devedores Duvidosos (PDD). “Com isto o lucro nos seis primeiros meses do ano passado foi de R$ 8,117 bilhões, e no mesmo período de 2021, com um PDD bem menor (caiu 64,5%), cresceu quase 60%, chegando a R$ 12, 941 bilhões, devendo voltar, ainda este ano, aos patamares de antes da pandemia, podendo chegar ao lucro recorde obtido em 2019 de R$ 26 bilhões”, previu. Em 2022 deve crescer ainda mais.

O balanço mostra que nos últimos 12 meses houve um crescimento de 410,7% nas despesas com pessoal. Mas não com novas contratações, mas com o pagamento de rescisões, por conta de demissões em massa, informou a economista. A pandemia e a competição com as Fintechs, além do uso do PIX, fizeram cair um pouco a receita derivadas de tarifas e serviços. ”Mas o montante recebido cobriu 171% da folha de salários”, afirmou.

O banco fechou 144 agências físicas, demitiu em massa, mas aumentou em 83% as contratações em tecnologia da informação (TI). Aumentou o investimento em meios digitais, aproveitando-se da pandemia, onde a procura por este tipo de operação cresceu muito. “Aumentou, também, o número de clientes, mas, com as demissões, fez crescer ainda mais a sobrecarga de trabalho”, enfatizou. Em 2020, a relação era de 642 clientes por bancário. Neste ano chegou a 1 mil por bancário.

 

 

 

 

 

 

 

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