Sexta, 02 Outubro 2020 16:57

Campanha contra demissões faz cair a máscara do Itaú de ‘banco bonzinho”

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

O Itaú não é o 'banco bonzinho’ que aparece em sua publicidade na tevê, mas cruel por colocar milhares de bancários no olho da rua durante a pandemia. Essa é a visão que cada vez mais a sociedade está tendo, a partir da campanha nas redes sociais #ItaúNãoDemitaMeusPais, iniciada semana passada e coordenada nacionalmente pela Contraf-CUT, Comissão de Organização de Empregados (COE), federações e sindicatos. Como parte da campanha foram feitos tuitaços, a partir das 11 horas, nesta sexta-feira e na anterior, usando esta hashtag. Para participar, basta clicar nela.

A atitude do banco é grave, também, porque, ao desempregar milhares de bancários rompe o compromisso assumido com as entidades sindicais da categoria de não demissão na pandemia. As visualizações e comentários mostram que para os clientes e a sociedade o corte de pessoal faz cair a máscara de bom moço do Itaú.

Em comerciais na tevê o maior banco privado do país, com lucro recorde de mais de R$ 28 bilhões, tenta melhorar a sua imagem afirmando ter feito doações para apoiar o combate ao novo coronavírus e suas consequências sociais e econômicas. Esse artifício já não está dando certo.

Um dos mais comentados

Nesta sexta-feira, a campanha #ItaúNãoDemitaMeusPais era um dos tops no twiter, com mais de 9 mil comentários. Com isto ficou à frente da nomeação do novo ministro do STF em lugar de Celso de Melo, da contratação do novo técnico do Corinthians, ou das críticas a Jair Bolsonaro. Além de críticas duras, foram feitos comentário irônicos, como este, que fez referência ao Dia da Criança, 12 de outubro: “P...marketing social. Demite os pais para evitar o consumismo. Valeu Itaú”.

“Os tuitaços vêm acontecendo todas as sextas-feiras com número crescente de adesões, visualizações e comentários contrários às demissões. Isto mostra que a população encara como absurdo o corte de vagas, seja porque joga milhares de pais e mães de família no desemprego, sem perspectiva de recolocação, seja porque o lucro recorde torna as demissões ainda mais injustificáveis, e ainda porque evidencia o desprezo do banco p*elos clientes e a população, demitindo num momento em que mais precisam de bom atendimento”, afirmou Maria Izabel Menezes, diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), do Itaú.

As demissões vêm ocorrendo no Brasil todo, principalmente, nos cargos de gerência. Mas, também atingem caixas nas agências. O Itaú desenvolve uma campanha para mostrar seu lado humano na pandemia, mas demite funcionários durante a maior crise sanitária vivida pelo país nos últimos 100 anos.

“Os comentários comprovam o entendimento de uma parcela crescente da sociedade de que não adianta anunciar doações para combater os efeitos da pandemia se, ao mesmo tempo, o banco demite em massa. As pessoas parecem entender que a publicidade não passa de demagogia”, avaliou a dirigente.

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