Sexta, 05 Junho 2020 12:30

Itaú exige certificação suspensa pela Anbima por conta da pandemia

Por Olyntho Contente
Da Redação do Seeb/Rio


“Estão suspensas as provas da CPA-10, CPA-20, CEA e CGA que aconteceriam a partir de 17 de março, em todo o Brasil. O cancelamento foi adotado devido ao avanço do COVID-19, atendendo às recomendações das autoridades de saúde para a segurança da população”. A informação encontra-se no site da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), responsável pelos exames de concessão das certificações exigidas por instituições do mercado financeiro, inclusive bancos.
Mas, apesar disto, o Itaú, através da Superintendência Operacional, continua pressionando os funcionários da área para que façam o curso de CPA-10, segundo denúncias feitas ao Sindicato. “O aviso da Anbima é claro e público. Portanto, não há motivo para o banco ficar fazendo este tipo de cobrança, uma vez que não sabemos quando os exames voltarão a ser feitos. A única certeza que temos neste momento é que, por conta da pandemia, o futuro de todos nós é muito incerto”, frisa o diretor do Sindicato, Edelson Figueiredo. O dirigente lembrou que o bancário sabe que a certificação é necessária, mas que não há como resolver esta questão neste momento.
A pressão é feita, também, através de um grupo no aplicativo whatsapp, criado pelo Itaú para municiar os participantes com informações ligadas à certificação, com a divulgação de cursos e materiais. Nele há um funcionário responsável, na função de facilitador-motivador que precisa tomar cuidado para não ser usado como assediador ou repassador da ‘temperatura’ aos que se encontram no andar de cima.
Adriano Campos, também diretor do Sindicato, chama a atenção para o fato de que nenhum bancário é obrigado a participar de grupos ou cursos, podendo, caso queira estudar por conta própria. “Os que se sentirem pressionados a fazer isto, devem entrar em contato conosco. Ninguém é obrigado a participar de nenhum grupo. O celular é de uso particular e próprio, não é corporativo. Não é para ser colocado à disposição do banco que, se quiser se utilizar dessa ferramenta, deve fornecer o equipamento", explicou.

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