Quinta, 28 Mai 2020 20:53
ITAÚ

COE: metas não podem ser cobradas como se não houvesse pandemia

A diretora do Sindicato Maria Izabel durante uma paralisação de agências, em atividade antes da pandemia. O Sindicato cobra o fim da cobrança de metas no Itaú durante a crise do novo coronavírus A diretora do Sindicato Maria Izabel durante uma paralisação de agências, em atividade antes da pandemia. O Sindicato cobra o fim da cobrança de metas no Itaú durante a crise do novo coronavírus Nando Neves/SeebRio

Por Olyntho Contente

Da Redação do Seeb/Rio

 

Na negociação, por videoconferência, desta quinta-feira, 28 de maio, entre outras questões, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) exigiu dos representantes do Itaú, o fim do assédio de vários gestores na cobrança de metas do Programas Agir e Trilhas. Muitos gestores estão impondo aos bancários o cumprimento de metas, agindo como se, não só o Brasil, mas o mundo todo não estivesse sendo assolado pela pandemia do novo coronavírus.

O banco alegou que o peso maior do Agir era o atendimento ao cliente e a renegociação de dívidas. “Mas não é o que temos visto. Vários gestores têm se comportado como se tudo estivesse funcionando normalmente, inclusive cobrando o cumprimento de todas as metas. No nosso entender, o justo, neste momento gravíssimo, seria que nenhuma meta fosse exigida, e que o banco respeitasse os bancários, sua saúde e sua vida. Mas certos gestores não estão seguindo sequer a orientação que o Itaú nos disse ter dado”, criticou a diretora do Sindicato e membro da COE, Maria Izabel Menezes. Outras questões ligadas à saúde, o Itaú preferiu debater na mesa específica sobre o assunto, reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban.

A COE questionou como cobrar que metas sejam cumpridas, entre outros motivos, quando agências são fechadas para higienização em caso de suspeita de Covid-19 e funcionários afastados como medida de prevenção? “Nossa proposta é que seja dispensada a avaliação deste semestre. Vamos aguardar uma resposta do banco na próxima reunião que deverá acontecer em 9 de junho”, resumiu Izabel. 

Pressão e insensibilidade

Para não deixar de atingir as metas, parecendo querer ser mais realistas que o rei, certos gestores têm ignorado, até mesmo os protocolos do próprio banco em relação às normas de prevenção da Covid-19, por exemplo, ao não respeitar o rodízio de funcionários. Ou impondo o rodízio à sua maneira, prejudicando os funcionários. A COE cobrou do banco que faça com que os gestores respeitem esta importante medida preventiva e que estabeleça critérios para o rodízio a serem cumpridos em todas as unidades.

Os dirigentes relataram ao banco inúmeros casos em que os gestores não estão seguindo outros protocolos de prevenção contra o novo coronavírus, como o afastamento imediato, por 14 dias, em caso de suspeita de contaminação, bem como as medidas complementares, muito em função das metas.

O protocolo determina que o funcionário com sintomas do Covid-19 deve entrar em contato com o Telemedicina e ir ao médico, que decidirá pelo afastamento. O gestor deve relatar o caso aos Recursos Humanos. Se o resultado do exame for positivo, o gestor tem de comunicar o fato ao banco. O funcionário deverá cumprir o afastamento determinado pelo médico. Serão afastados também, os colegas que trabalhavam próximo ao bancário infectado. A agência deve ser fechada por 48 horas, higienizada, com retorno ao funcionamento com outra equipe.

 

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