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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Bancários e bancárias de diversas regiões do país realizaram, nesta terça-feira (14/10), manifestações no Dia Nacional de Luta contra as demissões e o fechamento de agências pelo Itaú. No Rio de Janeiro, o ato ocorreu em frente ao Personalité da Rua Afrânio de Melo Franco, 131, no Leblon, na Zona Sul da cidade.
A mobilização dos dirigentes sindicais foi bem recebida pelos funcionários, que manifestaram apoio à visita do Sindicato. “Estamos realizando esta atividade como parte de uma campanha nacional que acontece hoje em várias cidades do Brasil — como São Paulo (na Avenida Faria Lima), Campinas, Curitiba e Belo Horizonte. Este Dia Nacional de Luta é uma resposta às 1.100 demissões promovidas pelo Itaú. O banco nega se tratar de dispensas em massa e afirma que foram casos ‘pontuais’, o que não é verdade. Entre os demitidos há mulheres grávidas e um trabalhador com paralisia cerebral, que atuavam em home office. Fizemos esses questionamentos na mesa de negociação”, explicou Maria Izabel, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Durante a negociação com o movimento sindical, o Itaú apresentou uma proposta de compensação para os trabalhadores demitidos, que inclui: pagamento de até 10 salários adicionais, valor fixo de R$ 9 mil, 13ª cesta-alimentação e manutenção da taxa diferenciada de financiamento imobiliário (veja detalhes abaixo). A proposta será aplicada em São Paulo, onde ocorreram 99% das dispensas.
Além da defesa dos empregos, os sindicatos cobram o fim do assédio moral e pressão por metas que tem adoecido os bancários.
Falta de transparência
Izabel lembrou que muitos desses trabalhadores dispensados se queixavam do monitoramento abusivo feito pelo banco, que invadia a vida privada e familiar dos empregados. Segundo Izabel, o Itaú não é transparente em relação aos critérios e às ferramentas utilizadas no modelo de trabalho remoto. “Estamos cobrando do banco transparência. O bancário precisa saber qual é o seu papel no home office — e não apenas as metas que deve cumprir”, reforçou.
Fechamento de agências
Bel relatou que, nas negociações, a COE também criticou o fechamento de agências. “Somente este ano, no Rio de Janeiro, o Itaú fechou 136 unidades. O banco já informou que, até 2030, pretende que todos os seus clientes estejam nas ‘nuvens’, ou seja, nas plataformas digitais. E como ficam os empregos da categoria?”, questionou. Ela lembrou ainda que 90% das operações financeiras já são digitais, “mas há clientes que preferem o atendimento presencial”.
A importância do Sindicato
O diretor do Sindicato Marcelo Rodrigues lembrou que trabalhou no HSBC e, durante o processo de compra do banco pelo Bradesco, os funcionários viveram momentos de grande aflição com fechamento de agências e demissões. “Muitas vezes, o trabalhador acredita que a saída é individual, que o banco vai reconhecer sua produtividade, mas isso não é verdade. Nessas demissões em bancos privados, muitos dos dispensados cumpriam as metas impostas pelas empresas. A saída é sempre coletiva, que é o Sindicato”, afirmou, defendendo a sindicalização de toda a categoria.
Já o diretor Herbert Correa destacou a nova campanha de sindicalização do Sindicato, que oferece convênios com mais de 34 mil empresas, entre escolas, universidades, cursos, academias e serviços de estética com descontos para associados e dependentes. “Com o uso dos convênios, o bancário sindicalizado pode economizar mais do que o valor da mensalidade sindical”, ressaltou Herbert.