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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
O Grupo de Trabalho (GT) Saúde reuniu-se na última terça-feira (12) com a direção do Itaú para tratar de demandas apresentadas por bancárias e bancários de todo o país relacionadas ao atendimento médico e às condições de saúde no trabalho. Os dirigentes sindicais apresentaram aos representantes do banco, as principais queixas dos funcionários: Falta de autonomia dos médicos das clínicas credenciadas, que só concluem o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) após contato com o médico coordenador em São Paulo; Repetição de exames com o objetivo de alterar o resultado do ASO; emissão do ASO apenas por e-mail e avaliações médicas voltadas mais para a vida pessoal do trabalhador do que para suas condições de trabalho.
Acesso ao prontuário
Outro ponto levantado foi a dificuldade para acessar o prontuário médico. Segundo os empregados, o Itaú exige que o próprio trabalhador escreva, de próprio punho, uma carta autenticada em cartório, com foto do crachá, para obter o documento — mesmo sendo possível acessar informações pelo IU Conecta, plataforma do próprio banco. A COE (Comissão de Organização dos Empregados) considerou essa exigência contraditória, lembrando que o ASO precisa ser assinado pelo bancário, que pode recusar o documento se não concordar com o resultado. No entanto, quando precisa verificar as anotações médicas e exames, o acesso é dificultado.
Bancários desrespeitados
Os representantes do Itaú disseram que a empresa se compromete a criar um espaço para contestação do resultado do ASO e a disponibilizar um comprovante físico para quem solicitar.
“Queremos que o Itaú respeite o bancário que adoece em função da própria gestão de metas do banco. A situação chega a tal ponto que há demissões de trabalhadores em tratamento de doenças graves, inclusive câncer”, criticou Edelson Figueiredo, diretor executivo de Saúde do Sindicato do Rio, que participou da reunião em São Paulo.
O GT também discutiu melhorias na folha de pagamento de licenciados, a perda da qualidade de segurado e a realização de uma pesquisa de satisfação sobre os serviços médicos.
O canal de denúncias foi outro tema debatido, diante de novas reclamações sobre quebra de sigilo, demissões de denunciantes e demora na apuração dos casos. O banco negou que tenha desligado empregados por esse motivo e propôs uma nova reunião para discutir melhorias no canal.
Para Luciana Duarte, coordenadora do GT Saúde, é preciso urgência nas respostas:
“Colocamos na mesa a necessidade de respostas rápidas e efetivas, pois as demandas apresentadas são recorrentes. Um exemplo disso é o desrespeito que muitos bancários sofrem quando precisam se afastar para tratamento médico. Também queremos uma solução prática para as reclamações no Ombudsman”, destacou.
Valeska Pincovai, coordenadora da COE, reforçou a importância de garantir a credibilidade do canal de denúncias:
“É preciso que os bancários confiem que suas denúncias serão analisadas de forma sigilosa e ágil”, afirmou.