Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações do site Brasil de Fato

Cerca de 300 trabalhadores ocuparam durante uma hora, na manhã desta quinta-feira (3), o saguão do prédio do banco de investimento Itaú BBA, na avenida Faria Lima, em São Paulo. O edifício com fachada de vidro é considerado o mais caro do Brasil, avaliado em cerca de R$1,5 bilhão.

A manifestação, organizada pela Frente Povo Sem Medo e pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) defende a taxação dos super-ricos e é uma resposta à resistência do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) e de parlamentares do Centrão e da ultradireita em relação ao projeto do governo Lula de garantir isenção no Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$5 mil por mês e redução das alíquotas para salários até R$47 mil mensais. Para viabilizar a proposta, a equipe econômica do governo propõe alteração da tributação sobre o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras), que foi derrubada no Congresso Nacional.

Como medidas compensatórias para garantir mais justiça tributária no país, o governo federal quer ainda tributar no Imposto de Renda pessoas de alta renda (ganhos maiores que R$600 mil por ano), atingindo apenas 140 mil brasileiros, quando a proposta de Lula beneficiará cerca de 20 milhões de trabalhadores.  

Povo paga mais imposto

Os organizadores do protesto acusam os os donos do Itaú, que compraram o prédio por R$ 1,5 bilhão, assim como os demais banqueiros, especuladores e grandes empresários da indústria e do agronegócio de, proporcionalmente, pagarem menos imposto que a maioria esmagadora dos trabalhadores brasileiros.

Rico paga imposto lá fora

Com faixas e cartazes com dizeres como “O povo não vai pagar a conta”, “Chega de mamata” e “Justiça tributária”, os manifestantes pressionam os parlamentares para que o Congresso Nacional aprove a isenção e redução de alíquotas para os trabalhadores e defendem a tributação de bilionários, prática que acontece nas nações capitalistas mais desenvolvidas, inclusive nos EUA e na Europa. .

O projeto tramita em comissão especial na Câmara dos Deputados e está sob relatoria do deputado federal Arthur Lira (PP), antecessor de Hugo Motta (Republicanos) na presidência da Casa.

Em nota à imprensa,  o MTST disse que o povo vai cobrar nas ruas a postura dos parlamentares contra os interesses dos trabalhadores. 

Com a derrota do poder Executivo no parlamento, o governo pretende recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir mais justiça tributária no país. O PT (Partido dos Trabalhadores), em resposta a resistência dos deputados e senadores, lançou a campanha “Taxação BBB”, pela tributação de bilionários, bets e bancos. Em caminhada em Salvador (BA) na quarta-feira (2), o presidente Lula (PT) levantou um cartaz em defesa da “taxação dos super ricos”.

Em nota, o MTST afirma que a ação no “Edifício Faria Lima 3500” foi só “o começo” e a preparação para uma grande manifestação na Avenida Paulista, no dia 10 de julho (quinta-feira) com o mote “Centrão inimigo do povo”, e em defesa da tributação de bilionários e o fim da escala 6×1 de trabalho.  

O movimento afirma ter sido um esquenta para a manifestação convocada pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular na avenida Paulista, no próximo 10 de julho. O ato, divulgado sob o mote “Centrão inimigo do povo”, defende a tributação de bilionários e o fim da escala 6×1 de trabalho.