Terça, 08 Agosto 2023 17:07

Itaú lucra R$17,2 bilhões em seis meses, mas demite em massa e adoece bancários

Maria Izabel (E) durante votação na Conferência Nacional dos Bancários: a luta contra a extinção de agências e demissões estão na pauta da campanha 2023 da categoria Maria Izabel (E) durante votação na Conferência Nacional dos Bancários: a luta contra a extinção de agências e demissões estão na pauta da campanha 2023 da categoria Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Itaú Unibanco registrou lucro recorrente de R$ 17,2 bilhões no primeiro semestre  de 2023, um avanço de 13,9% frente ao mesmo período do ano passado. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (7). O resultado do segundo trimestre, lucro de R$8,74 bi,  ficou acima do que os próprios analistas de mercado esperavam; Era era aguardado, em média, um ganho de R$ 8,63 bilhões no período. 

Mas a excepcional notícia para os donos e grandes acionistas da maior instituição financeira privada do Brasil, o banco continua tratando seus empregados e clientes com total desprezo e desrespeito.

A diretora do Sindicato e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel, criticou pelo fato de o banco ganhar ainda mais dinheiro à custa da exploração de seus funcionários.

“O lucro não para de subir, mas a sensibilidade do banco com funcionários e clientes é zero. O Itaú suga o empregado até onde pode, esse mesmo trabalhador que produz um lucro extraordinário e em seguida, é dispensado sem nenhum pudor. O banco acumula riqueza em cima do adoecimento dos empregados com assédio moral em função de metas desumanas  e quando a direção avalia que o bancário não serve mais para ser explorado, é demitido”, destacou.

O fechamento de agências físicas e a redução de mão de obra, além de roubar o emprego de pais de família e elevar a sobrecarga de trabalho para quem continua nas unidades, torna o atendimento presencial ainda pior para clientes e usuários.

Extinção de empregos

Os números fundamentam a crítica de Maria Izabel. Ao final de junho de 2023, a holding contava com 88.078 empregados no país, com abertura de 375 postos de trabalho em doze meses. No entanto, no 2º trimestre, houve redução de 1.419 empregados, números oficiais do próprio relatório do banco, que justifica as dispensas em função da reestruturação das áreas de TI e de atendimento e à redução de agências físicas. Em doze meses, foram fechadas 152 agências físicas no Brasil e abertas 78 agências digitais, totalizando 2.639 agências físicas e 427 agências digitais ao final de junho de 2023.

“Não foi por acaso que nós debatemos, na Conferência Nacional no último final de semana, os impactos das novas tecnologias no emprego da categoria. O setor financeiro é o que mais investe em Inteligência Artificial porque os bancos querem reduzir custos extinguindo mão de obra para aumentar ainda mais os lucros. É pura ganância”, completou Izabel. 

Mídia