Quarta, 30 Novembro 2022 16:42

Caixa insiste em condicionar promoção por mérito do PCS às metas da GDP

Olyntho Contente*

Arte: Ascom a Contradf-CUT

Imprensa SeebRio

A atual gestão da Caixa Econômica Federal insistiu, na reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Promoção por Mérito, na terça-feira (29/10), em repetir a mesma proposta já rejeitada pelo movimento sindical, condicionando a promoção por mérito ao atingimento de metas da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). A intransigência, em si, já é absurda, sendo ainda mais grave pois impõe critérios empresariais da meritocracia fixados pela GDP, critérios estes subjetivos, e que permitem que a definição do pagamento dos chamados deltas de promoção fiquem a critério dos gestores.

A proposta apresentada ao banco pelo movimento sindical é a de que seja distribuído um delta linearmente para todos que cumpram os critérios definidos e que apenas o segundo seja de acordo com a GDP. Mas a Caixa não aceitou. Para a empresa o pagamento dos “deltas” da promoção por mérito, referentes ao Plano de Cargos e Salários (PCS), tem de ser feito considerando apenas a GDP, de acordo com critérios empresariais da meritocracia.

Bolsonaro

O diretor do Sindicato, Sérgio Amorim, criticou. “Mesmo no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro eles insistem em implantar uma lógica para desmerecer e prejudicar os empregados do banco”, afirmou.

O coordenado do GT, representando os empregados, João Paulo Pierozan, disse que esta gestão avalia que os empregados que devem receber são somente os que atingirem a classificação de bom desempenho e desempenho de excelência na GDP, mas não querem discutir os critérios utilizados para a avaliação no programa, mantendo critérios subjetivos, como o feedback do gestor.

“Já tivemos este debate ano passado. Pra gente, a distribuição linear não é a ideal, mas não temos como aceitar que ela seja feita a partir de critérios subjetivos. Queremos discutir os critérios de avaliação não apenas para a promoção por mérito, mas de todo o processo de gestão de pessoas”, afirmou Túlio Roberto Menezes representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetrafi) do Nordeste no GT.

Promoção e GDP

“A Caixa tinha um sistema que utilizava critérios de avaliação criados em conjunto com a representação dos empregados, mas criou a GDP, que permite a mudança dos critérios no meio do ciclo avaliatório”, lembrou a representante do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiza Hansen. “O que observamos no dia a dia é que muitas vezes os objetivos da GDP são impostos pela gestão. Além disso, as metas mudam constantemente, os sistemas apresentam falhas e há pouco tempo para o cumprimento dos objetivos, prejudicando a avaliação do desempenho dos empregados”, observou a dirigente, ao ressaltar que os empregados não têm a liberdade de escolher os objetivos smart das metas.

Negociação sem nova data

A próxima reunião de negociações ainda não tem data marcada. A representação dos empregados no GT avalia que a proposta da Caixa não será aceita pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e pediu que o banco apresente os dados solicitados na reunião anterior, referentes aos impedimentos de recebimento da promoção e as formas de distribuição do segundo delta.

Na terça-feira, os trabalhadores também pediram que o banco apresente uma estimativa de quantos empregados receberiam a promoção considerando a proposta apresentada pela Caixa. O banco, mais uma vez, ficou de analisar as solicitações.

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