Quinta, 04 Agosto 2022 21:10

Cobrança de soluções para o Saúde Caixa foi o foco da negociação desta quinta-feira

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

O centro dos debates da negociação desta quinta-feira entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a Caixa Econômica Federal foram os inúmeros problemas verificados no Saúde Caixa. “Há necessidade de diversos ajustes no plano, inclusive na sua gestão. Temos recebido reclamações dos mais diversos tipos. Tudo foi levado à mesa de negociação, numa discussão que levou mais de três horas, com o compromisso dos representantes do banco de encaminhar as reclamações para as áreas responsáveis”, resumiu Rogério Campanate, integrante da CEE e diretor do Sindicato.

A temática da mesa seria Saúde Caixa e Funcef. No entanto, o debate sobre o plano fez com que o segundo tema fosse adiado. “Cabe ressaltar que o acordo do Saúde Caixa estará em vigor até dezembro de 2023, o que concentrou a negociação na análise das informações trazidas pela Caixa e na crítica à mercantilização da saúde”   , explicou o dirigente.  

Impacto das reestruturações

A CEE questionou as reestruturações e o fato de terem interferido negativamente no funcionamento do plano. O banco afirmou que a estrutura nacional permanece a mesma, tendo sido alterada apenas a vinculação da gerência nacional do Saúde Caixa, da Logística para a Diretoria de Pessoas, na mesma Vice-Presidência.

A empresa apresentou informações que constam no acordo aditivo do plano que seriam fornecidas ao GT Saúde Caixa (extinto unilateralmente pela empresa e reimplantado recentemente). Apresentou ainda os resultados de uma pesquisa de satisfação cuja metodologia foi questionada pela CEE, desde o universo restrito da amostra até a sua estratificação.

“Na verdade, a compreensão da CEE é de que não se trata de uma pesquisa, mas de uma consulta realizada com um contingente extremamente reduzido (aproximadamente 0,6% do total de beneficiários). Nessa pesquisa cerca de 66% definiram sua experiência com o Saúde Caixa, como sempre ou quase sempre satisfatória”, disse Campanate.

Cobranças

A CEE abordou a questão das cobranças retroativas, que têm impactando fortemente a remuneração dos trabalhadores, especialmente os de menor salário. O banco alegou que as quantias são devidas, embora não tenha explicado porque não foram cobradas quando foram feitas. Alegou ainda que entra em contato com os devedores para explicar a origem do débito e oferecer propostas de parcelamento.

Sobre a cobrança feita a colegas sem contato prévio, a empresa alegou ‘não ter conseguido fazer o contato’. Informou que no penúltimo semestre o índice de inadimplência era de 2,44% e no último baixou para 1,57%. O Saúde Caixa conta hoje com mais de 288 mil beneficiários, com média de idade de 41 anos, tendo prestado mais de 1,8 milhão de atendimentos só no primeiro semestre desse ano.

Manipulação de dados

A CEE cobrou mais credenciamentos, especialmente no interior. A Caixa informou que está trabalhando nisso e apresentou uma estratégia ‘de realização de credenciamentos mais qualificados que numerosos’. Ressaltou que, em casos onde não seja possível o deslocamento nem haja profissionais da área desejada na região, o empregado será autorizado a buscar o atendimento e receber reembolso integral.

Em relação à sustentabilidade financeira do plano informou que o primeiro semestre fechou com déficit de cerca de R$ 121 milhões, em parte por conta dos procedimentos eletivos represados durante a pandemia e que agora foram realizados. “Chamou a atenção o gráfico em que foi apresentada essa informação por conta do descaso com a utilização de escala coerente com a informação de forma que o débito aparecesse muitas vezes maior do que de fato é”, criticou o dirigente.

Gipes

A Caixa falou em “ganho de escala” para justificar a centralização e automação, e que ‘é estratégia de outras empresas e outros negócios’. Entende que este é o melhor caminho, mas registrou, a pedido da CEE, a necessidade de um atendimento diferenciado, já que o Saúde Caixa é tido como o maior benefício da empresa.

A CEE reivindicou o retorno das GIPES (Gestão de Pessoas), que conseguia prestar um suporte muito mais efetivo que as centralizadoras criadas com a reestruturação. “Como de costume a Caixa alegou que a centralização trouxe melhorias que, se existem, só existem para a própria empresa. A CEE reforçou que a piora no funcionamento do plano após a centralização foi percebida por todos os participantes. No entanto a empresa insistiu que é a estratégia que optou por utilizá-la”, afirmou Campanate.

 

 

 

 

 

 

 

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