Sexta, 13 Mai 2022 18:20

Gestão de Pedro Guimarães é ruim com os empregados e faz resultado da Caixa despencar

Privatização fatiada da empresa e da operação-padrão, desvalorização dos empregados, venda de ativos e juros altos são algumas das razões do fracasso
NO CAMINHO ERRADO - Resultado negativo da Caixa no primeiro trimestre deste ano mostra que crescimento sustentável de uma estatal não se faz  ‘inflando’ resultado com venda de ativos, promovendo a privatização fatiada da empresa  e desvalorizando os empregados NO CAMINHO ERRADO - Resultado negativo da Caixa no primeiro trimestre deste ano mostra que crescimento sustentável de uma estatal não se faz ‘inflando’ resultado com venda de ativos, promovendo a privatização fatiada da empresa e desvalorizando os empregados Vater Campanato/Agência Brasil

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

 

A Caixa Econômica Federal anunciou um lucro líquido de R$ 2,542 bi no primeiro trimestre de 2022. O resultado representa uma queda de 44,6% em relação ao mesmo período de 2021 (R44,584 bi). Influenciou no resultado negativo porque em 2021, os números foram inflados pela venda de participação na Caixa Seguridade.

“Além do impacto da venda de ativos no ano passado, o fracasso nos resultados da Caixa neste ano tem a ver com a péssima gestão de Pedro Guimarães a frente da empresa. A privatização fatiada da Caixa e da operação-padrão, o desrespeito do banco com os empregados e os juros cada vez maiores praticados pelo sistema financeiro e pela política do governo fizeram despencar o resultado”, explica o diretor do Sindicado do Rio, Paulo Matileti, presidente da Apcef/RJ (Associação do Pessoal da Caixa do Rio).
“Ao compararmos o lucro líquido contábil desse primeiro trimestre com o de 2021, a diferença é de 44, 6%. Esse número mostra o impacto da venda de ativos no balanço do primeiro trimestre de 2021 e a diferença do resultado deste ano, quando não houve a venda de ativos”, explicou a representante eleita dos empregados no Conselho de Administração do banco, Rita Serrano.  

Um erro atrás do outro

Para Rita Serrano, representante eleita dos bancários no Conselho de Administração da Caixa, a geração de resultados não recorrentes derivada de venda de ativos não garante um crescimento sustentável da empresa.

“Na verdade, esta política pode comprometer o futuro da instituição, uma vez que diminui a geração de receitas futuras e, assim, pode prejudicar sua autonomia como agente de políticas públicas”, explicou.

“Reduzir as receitas significa reduzir a capacidade de investimentos do banco e isso não é bom para o país, que precisa, urgentemente, de um projeto de desenvolvimento que contribua com a melhoria da qualidade de vida da população”, acrescentou, criticando a abertura de capital, à criação de subsidiárias e à privatização da operação-padrão da Caixa.

“A elevação dos juros promovida pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é prejudicial à população, que fica mais endividada num momento em que, com o crescimento da inflação, recorre mais ao cartão de crédito para garantir o consumo de produtos básicos, como a alimentação, e para os bancos públicos, dificultando o crédito de programas sociais, como no caso da habitação”, critica Paulo Matileti.

A elevação da Selic (taxa básica de juros) aumentou as despesas de intermediação financeira em 120,3%, contribuindo para a diminuição de 11,9% do resultado bruto da instituição neste item.

Contratações insuficientes

A Caixa encerrou o primeiro trimestre de 2022 com 86.850 empregados, 4.974 a mais do que há 12 meses. “O saldo positivo é graças à convocação de aprovados em concurso realizado em 2014, após importante atuação dos sindicatos, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Conseguimos ainda a realização de um concurso específico para a contratar pessoas com deficiência”, explica Matileti, lembrando que o número de funcionários é ainda insuficiente e o banco não consegue atender a demanda.

Confira clicando aqui , a análise completa elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o resultado da Caixa.

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