Terça, 29 Junho 2021 19:02

Bolsonaro e Guimarães desmantelam ainda mais a CEF para entregá-la aos bancos privados

Bolsonaro e Guimarães juntos para acabar com a CEF Bolsonaro e Guimarães juntos para acabar com a CEF

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, tomou, este mês, uma decisão que amplia ainda mais o desmonte da estrutura do banco público, preparando a sua privatização. Integrante da rede montada pelo ministro da Economia Paulo Guedes dentro do governo Bolsonaro e de estatais para atender os interesses dos bancos privados, Guimarães decidiu extinguir, no último dia 23, todas as gerências da área de pessoal da Caixa, sob a alegação de ‘centralizar decisões’ em Brasília para “dar mais agilidade aos processos’.

Guimarães é a raposa dentro do galinheiro, o que não escondeu desde que assumiu o cargo, defendendo a entrega total da CEF aos concorrentes privados, setor do qual é originário, o que já vem fazendo de forma fatiada, como no caso da Caixa Seguridade. É do grupo de ex-integrantes do BTG-Pactual, do qual Paulo Guedes foi sócio fundador, tendo participado dos processos de privatização de bancos públicos como o Banespa, Banerj e Banestado. Foi indicado por Guedes para a Presidência da Caixa. É, portanto, um expert em entregar o bem público aos grandes bancos como Santander, Itaú e Bradesco. É sócio do Banco Plural, fundado em 2009 e com forte atuação no setor imobiliário, um concorrente da Caixa.

Ao desmantelar ainda mais a estrutura da Caixa, para tornar a venda mais barata, Guimarães enxuga custos reduzindo a remuneração dos ocupantes das gerências a serem extintas, cortando funções, com impacto gravíssimo na vida dos empregados e de suas famílias. Os empregados e também a população, vêm sendo atingidos, também, pela não realização de concurso público, o que gera para os primeiros uma situação de adoecimento pelo acúmulo de tarefas, e de queda na qualidade do atendimento, com a formação de longas filas. Esta situação de imenso déficit de pessoal foi agravada pela imposição por parte de Pedro Guimarães de um plano de incentivo à demissão que afastou mais de 2 mil empregados.

O presidente da Associação de Pessoal da CEF e diretor do Sindicato, Paulo Matileti, condenou mais esta peça no desmonte imposto pelo governo Bolsonaro, Paulo Guedes e Pedro Guimarães. E defendeu a mobilização em defesa do banco público.

“Parece que a alta gestão da Caixa tem se especializado em testar o limite da indignação de seus empregados. Mas sem dúvida, os empregados e entidades representativas dos trabalhadores desta empresa centenária e pública, indignados que estão, saberão reagir no momento certo para banir de vez todos os detratores e pseudo-líderes que têm atuado na contramão do Estado e dos interesses de toda a população brasileira. Desejar extinguir as gerências de pessoal do banco não é reestruturação, é destruição”, afirmou.

*Com informações da Apcef/RJ.

Mídia