Terça, 12 Janeiro 2021 20:11

Atos contra a privatização marcam aniversário de 160 anos da Caixa

No ato da Central do Brasil, empregados dialogam com a sociedade sobre a importância de lutar em defesa da CEF pública No ato da Central do Brasil, empregados dialogam com a sociedade sobre a importância de lutar em defesa da CEF pública

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Esta terça-feira foi dia de mobilizações nas principais cidades do país, em comemoração aos 160 anos da Caixa Econômica Federal, contra a tentativa de Bolsonaro de privatizá-la e pela valorização de seus empregados. No Rio de Janeiro, houve três manifestações. Pela manhã, a Cia de Emergência Teatral apresentou um esquete no prédio da CEF, o Aqwa Corporate, no Porto Maravilha, e, ao meio-dia, no Passeio Corporate. A partir das 15 horas, foi feito um ato público na Central do Brasil, para denunciar a tentativa do governo Bolsonaro de acabar com o banco social que é a Caixa, para beneficiar grupos privados nacionais e estrangeiros. Houve distribuição de bolo para comemorar os 160 anos.

Os atos fazem parte de uma campanha nacional em defesa da estatal e pela valorização de seus funcionários, contra a imposição de metas em plena pandemia e por concurso público para acabar com o déficit de 19 mil empregados. Além dos atos, a campanha tem seu lado virtual, através da #PrivatizaNão #Caixa160anos e #MexeucomaCaixaMexeucomoBrasil. Também nesta terça-feira houve tuitaço de 11h às 13h, neste dia 12, usando estas hashtags.

Direção impõe metas na pandemia

O diretor do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados, Rogério Campanate criticou, durante os atos, a privatização fatiada da CEF e a desumanidade da direção da CEF contra os empregados na pandemia. Lembrou que, indiferente aos casos fatais, a diretoria da CEF, além de impor metas nesta situação difícil, mudou para pior os protocolos de prevenção ao covid-19, em julho.

“Escolheu envidar esforços para produzir relatórios que concluam que não é possível afirmar que o empregado foi contaminado no ambiente de trabalho do que discutir os protocolos, sob o raso argumento de que atendem às determinações do Ministério da Saúde”, disse, numa referência à suspensão, entre outras, da exigência de fechamento de unidades para sanitização em casos de contaminação.

Neste aspecto os atos denunciaram o caráter desumano da exigência de metas em plena pandemia, período em que a preocupação do governo Bolsonaro e da direção da CEF deveria ser em garantir a saúde e a vida dos empregados, através de medidas efetivas de prevenção. O atendimento à população só foi possível devido ao esforço heroico dos empregados, que se desdobraram em jornadas exaustivas mesmo tendo que enfrentar o desinteresse do governo, o risco de contaminação pela covid-19 e o quadro reduzido de pessoal. Neste período, a única iniciativa do governo foi impor a privatização fatiada do banco e metas abusivas, tendo levado os empregados ao adoecimento.

Também diretor do Sindicato, José Ferreira, falou sobre a importância de dialogar com a população sobre a necessidade de defender a CEF. “Neste dia em que a Caixa completa 160 anos, o Sindicato faz este ato na Central do Brasil, ao mesmo tempo em que dialoga com a sociedade e busca apoio para defender a continuidade da Caixa como banco social e público contra a tentativa do governo atual de entregá-la ao setor privado”, afirmou.

Campanate acrescentou que a direção da Caixa insiste em mentir, dizendo que não há intenção de privatização. “Pretende vender diversas áreas rentáveis, mas acredita que empregados e sociedade não percebem que o fatiamento é apenas mais uma modalidade de privatização", denunciou.

A Caixa é do Brasil

Nas manifestações, os diretores do Sindicato lembraram que a história da Caixa se confunde com a do Brasil. Desde a sua fundação em 1861, tem sido um banco social, voltado para os setores mais pobres da sociedade, sendo, também, um poderoso financiador do desenvolvimento econômico do país, presente em 97% dos 5.570 municípios para que suas ações sociais cheguem a quem precisa. Não é à toa que é um dos principais alvos do programa de privatizações do governo Bolsonaro, que pretende, ao desfazer-se dos bancos e demais empresas públicas, enfraquecer o país, tornando-o ainda mais dependente dos países desenvolvidos, sobretudo dos Estados Unidos. Bolsonaro batendo continência à bandeira daquele país foi o gesto que mais mostrou a que interesses o seu governo está subordinado.

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