Quarta, 12 Agosto 2020 22:39
NEGOCIAÇÃO ESPECÍFICA

Empregados da Caixa cobram melhores condições de trabalho, saúde e segurança

CEE/Caixa protesta contra MP 995/2020 do Governo Bolsonaro, que autoriza a privatização de parte da empresa
Rogério Campanate: “Numa crise pandêmica e econômica como a atual não há razões para a cobrança de metas e extrapolação da jornada” Rogério Campanate: “Numa crise pandêmica e econômica como a atual não há razões para a cobrança de metas e extrapolação da jornada”

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os membros da Comissão Executiva dods Empregados da Caixa (CEE/Caixa) reivindicaram, durante reunião com representantes do banco realizada através de videoconferência na quarta-feira, dia 12 de agosto, melhores condições de trabalho para os empregados durante a pandemia e para o pós-pandemia. Os sindicalistas cobraram ainda o aperfeiçoamento dos protocolos de prevenção à Covis-19 e de higienização das unidades, o fortalecimento dos fóruns de condições de trabalho, o Home Office para os casos de pais com filhos menores de idade, o fim dos descomissionamentos arbitrários. Defenderam também as demandas das Pessoas com Deficiência (PCD’s) e mais contratações de funcionários concursados para pôr fim à sobrecarga de trabalho, entre outras pautas.  

Protesto contra privatização

A reunião começou com um manifesto da CEE contra a Medida Provisória 995/2020, que autoriza a privatização fatiada de partes da Caixa.

“A política ultraliberal de Paulo quer vender as partes mais lucrativas da empresa. A privatização ameaça o emprego dos bancários e os programas sociais e projetos de habitação, saneamento e crédito educativo. Os bancos privados não têm compromisso social e só querem acumular mais dinheiro”, critica o diretor do Sindicato do Rio, Rogério Campanate, que é membro da CEE/Caixa.

Renovação do Acordo

Os bancários destacaram ainda a relevância da renovação do Acordo Coletivo de Trabalho para garantir a preservação de conquistas históricas da categoria e disseram que não aceitam a retirada de direitos fundamentais previstas pelas mudanças na legislação a partir da reforma trabalhista que trouxeram prejuízos para os trabalhadores brasileiros.

“Nosso Acordo Coletivo sempre garantiu avanços além do que está previsto na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho”, disse o sindicalista.

Prevenção à Covid-19

Os representantes dos empregados pediram ações efetivas da empresa para esse período de pandemia. Os sindicatos têm recebido várias denúncias de jornadas extenuantes, a ansiedade e preocupação com a volta ao trabalho presencial, as cobranças abusivas de metas que adoece os bancários e os descomissionamentos arbitrários.

“O descumprimentos dos protocolos de prevenção podem ser reportados, inclusive de forma anônima, através do atender.caixa. O banco tem que cumprir os protocolos de prevenção ao coronavírus e proteger a vida das pessoas. Numa crise pandêmica e econômica como a atual não há razões para a cobrança de metas e extrapolação da jornada ”, explica Campanate.

Os sindicatos reforçaram a orientação para que os bancários usem as máscaras já que foram identificados trabalhadores sem o equipamento de proteção em todo o país.

Rodízio nas agências

A CEE/Caixa cobrou ainda o cumprimento do rodízio de funcionários nas agências. “O rodízio é fundamental para reduzir a sobrecarga de trabalho e evitar excessos de atendimentos o que ajuda a minimizar a possibilidade de contaminação. É preciso garantir o atendimento sem colocar em risco a vida das pessoas”, acrescenta Rogério.

Os sindicatos defendem também o retorno do horário normal de atendimento nas agências e o fim da extrapolação da jornada. Foi cobrado ainda a aplicação do ACT vigente em relação ao pagamento de todas as horas extras e a contratação de novos concursados. A Caixa informou que não há problemas para pagamentos de horas extras, o que torna ainda mais incompreensível algumas denúncias de que há gestores compensando as horas a mais trabalhadas com os dias de Home Office. Agências com até 20 empregados não devem compensar, conforme o acordo vigente.

Ampliação de Home Office

Segundo a Caixa mais de 35 mil empregados estão em Home Office, o que corresponde a menos de 50% do quadro total de trabalhadores da empresa em isolamento social. A comissão dos empregados solicitou a ampliação do número de bancários em trabalho remoto.

Na caixa há uma falta de padronização que tem gerado um enorme estresse entre os empregados e conflitos com os gestores, que precisam comandar o retorno sem ter a formalização e diferenças entre unidades.

O movimento sindical quer uma negociação sobre o retorno presencial de forma planejada para assegurar a proteção aos trabalhadores.

A Caixa confirmou u=que neste sábado, dia 15 de agosto, não haverá abertura de agências.

 

Fonte: Contraf-CUT

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