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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
m informações da Contraf-CUT
A Caixa Econômica Federal encerrou, na última quarta-feira (28), as negociações sobre questões específicas de caixas e tesoureiros do banco. A direção da empresa insistia em retirar direitos dos empregados, mas diante da recusa do movimento sindical, aceitou não mexer nas conquistas dos trabalhadores. No entanto, o banco não aceitou o fim do teto de gastos, como defende os sindicatos.
Já em relação ao Saúde Caixa, o banco não aceitou o fim do teto de gastos da empresa de 6,5% da folha salarial, criado durante o governo Michel Temer, em 2017, frustrando os bancários.
enda a negociação
Na Campanha Nacional de 2024, a Caixa foi o último dos cinco principais bancos do país a concluir as negociações, pois insistia na retirada de direitos, o que gerou muita insatisfação entre os bancários, mas o movimento sindical se recusou a aceitar a posição da empresa.
Caixa queria que fizéssemos um acordo sem nos dar qualquer tipo de garantia. Desde as negociações no ano passado, a proposta era a de retirar direitos dos trabalhadores em troca de 500 nomeações efetivas (posteriormente o banco aumentou para 750 nomeações), sem sequer garantir a manutenção destas funções por pelo menos um ano”, explicou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Felipe Pacheco, em matéria divulgada no site da Contraf-CUT.
“Na Campanha Nacional de 2024, a Caixa chegou a dizer que o objetivo era reduzir o passivo trabalhista. Hoje conseguimos que o banco não mexa nestes direitos”, completou o dirigente sindical, lembrando que, nas negociações do ano passado, o banco sequer garantia que as empregadas e empregados que exercem as atividades de caixa executivo e tesoureiro executivo sem nomeação efetiva seriam as pessoas nomeadas e tampouco quis informar o número de empregados que exercem estas funções por minuto, impossibilitando afirmar que seria o fim da atividade por minuto na Caixa.
Quebra de caixa
Com relação à demanda sobre a quebra de caixa, mesmo se houvesse acordo, o banco continuaria questionando na Justiça o pagamento de forma acumulada com a gratificação de função. O banco, a princípio, queria que os empregados renunciassem ao direito do recebimento da verba de quebra de caixa e que essa renúncia fosse incluída do Acordo Coletivo de Trabalho. Com as negociações, a Caixa deixou de fazer essa exigência, mas disse que continuaria questionando este direito na Justiça, mesmo havendo jurisprudência de que a verba de quebra de caixa e a gratificação de função têm natureza distintas. “A Caixa queria, ainda, impedir que os novos nomeados acionassem a Justiça para receber a verba de quebra de caixa que não foi paga pelo banco, por que entende que esta verba não pode ser paga de forma cumulativa com a gratificação de função.
Intervalo 10/50
Se o acordo fosse aceito, o banco também manteria sua posição de não reconhecimento do direito da pausa de 10 minutos após 50 minutos trabalhados pelos caixas.
Tesoureiros
As novas designações para tesoureiro executivo seriam apenas para jornada de seis horas, com redução salarial. Aqueles que hoje têm jornada de oito horas poderiam optar pela jornada de seis horas e fazer uma CCV (Comissão de Conciliação Voluntária) para acerto dos cinco últimos anos. Quem não tem ação de 7ª e 8ª horas não poderia mais requerer o pagamento das horas realizadas a partir da assinatura do acordo, podendo buscar na Justiça apenas as horas realizadas anteriores à assinatura.
Projeto Teia
Outras pautas também foram tratadas na reunião, como o programa Teia, a manutenção das telefonistas terceirizadas, o Saúde Caixa e um calendário de reuniões de negociação.
A CEE questionou a Caixa sobre as garantias para os trabalhadores que atuam no programa Transformação, Engajamento, Inovação e Aprendizado (Teia), criado para a transição do banco à transformação digital. O Projeto Teia tem gerado preocupações e angústias entre os empregados.
O banco reafirmou que não haverá perda salarial para aqueles que voltarem para suas unidades de origem e nem ocorrerão retaliações.
Os sindicatos querem que o banco formalize por escrito esse compromisso de que não haverá retaliação e nem risco de perda de função também para aqueles que optarem por retornar, garantindo assim os mesmos direitos que essa pessoa tinha quando atendeu ao chamado do banco para fazer parte do programa.
Demissões de telefonistas susoensas
Os dirigentes sindicais cobraram também esclarecimentos sobre o processo de demissão de aproximadamente três mil telefonistas que atuam no banco. Após pressão das entidades representativas dos trabalhadores, a medida foi suspensa inicialmente por 30 dias.
No Rio, o Sindicato também realizou protestos contra as dispensa, em atividades conjuntas com o Sintell-RJ (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações) .
Na reunião desta quarta-feira, os representantes do banco afirmaram que as demissões permanecerão suspensas até que haja uma nova definição por parte da direção da empresa.
Saúde Caixa
A Caixa apresentou à CEE uma proposta de implementação dos comitês de credenciamento e descredenciamento do Saúde Caixa, a serem implementados na primeira quinzena de julho. O calendário está sendo avaliado pela comissão.
A representação dos empregados fez um protesto contra a manutenção do teto de gastos do banco com a saúde do seu quadro de pessoal, estabelecido desde 2017 no Estatuto Social da Caixa em 6,5% da folha salarial dos empregados. Desde quando o teto foi inserido no Estatuto da Caixa, os empregados pedem a sua exclusão. O tema foi pauta de diversas reuniões na Campanha Nacional dos Bancários de 2024, tratado com o banco e órgãos do governo federal, antes e depois das negociações, e que, desde fevereiro, vem sendo tratado massivamente em atividades com os empregados, por meio da campanha
As atividades em defesa do Saúde Caixa vão continuar. No Rio, o diretor do Sindicato Rogério Campanate, membro da CEE (Comissão Executiva dos Empregados), e que participou das negociações, fez duas reuniões no 11º andar do prédio do Passeio, na Cinelândia, Centro do Rio, no Dia Nacional de Luta, na terça-feira dia 20 de maio e na última terça (27).
“Na reunião falamos um pouco da importância do Sindicato nas conquistas e na defesa dos interesses dos trabalhadores, bem como sobre a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do ano passado. Apresentamos ainda os desafios para a negociação sobre as demandas e questões do Saúde Caixa”, explicou Campanate.