Terça, 22 Agosto 2023 17:15

Caixa se recupera do rombo causado por Jair Bolsonaro nas eleições

Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro

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Imprensa SeebRio

A Caixa Econômica Federal foi usada eleitoralmente por Jair Bolsonaro (PL-RJ), liberando recursos sem garantias para ganhar votos, estratégia fracassada que visava a vitória na eleição e que causou ao banco um rombo bilionário, conforme noticiado à época. Com o esforço dos empregados e da nova gestão, aos poucos a estatal vai se recuperando.

Atrás nas pesquisas de intenção de voto, o então presidente apelou para a liberação de linhas de crédito com recursos provenientes da CEF. Para tanto, contou com o aval do ex-presidente do banco Pedro Guimarães, segundo o site UOL.

A apuração do UOL revelou que as linhas de crédito só foram autorizadas pois existia um interesse político, uma vez que as operações, consideradas de risco elevado, foram autorizadas sem os estudos técnicos necessários e durante o período eleitoral. Enquanto Bolsonaro mirava a reeleição, Guimarães demonstrava intenções políticas eleitorais.

“Mesmo com todos os problemas que a Caixa está enfrentando por causa dos atos irresponsáveis das gestões Pedro Guimarães e Daniella Marques, as empregadas e empregados se esforçaram e contribuíram para que o banco obtivesse lucro de R$ 4,5 bilhões nestes seis meses da nova gestão. Agora, precisam ser reconhecidos pelos esforços desempenhados. Por isso, ontem mesmo, durante reunião de negociação com o banco, reivindicamos a antecipação da PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados)”, informou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

O rombo que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou na Caixa Econômica Federal em 2022 foi o resultado de duas Medidas Provisórias (MP) que liberaram empréstimos para milhões de pessoas sem a garantia de que seriam pagos. As duas somaram R$ 10 bilhões somente em 2022.

Recuperação

No primeiro semestre de 2023 o lucro da Caixa foi de R$ 4, 5 bilhões, um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período de 2022. O resultado foi maior 33,5%, quando comparado o lucro obtido no segundo trimestre deste ano com o primeiro.

Nos seis primeiros meses deste ano, em decorrência, sobretudo, do aumento nas receitas com operações de crédito (34,6%), o banco alcançou margem financeira de R$ 28,8 bilhões, com crescimento de 22,9% em comparação ao mesmo período de 2022. Por outro lado, houve elevação de 24,9% nas despesas de provisão para devedores duvidosos, as quais totalizaram R$ 9,7 bilhões.

Mais crédito

A Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 14,4% em doze meses, totalizando R$ 1,1 trilhão em junho de 2023. As operações de crédito comercial com pessoas físicas cresceram 9,6% no período, totalizando R$ 125,9 bilhões (ainda que tenham sofrido retração de 1,7% no trimestre). No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 11,8% em relação ao 1º semestre de 2022, somando R$ 89 bilhões. Com saldo de R$ 682,8 bilhões e participação de 64,3% na composição da carteira do banco, o crédito imobiliário cresceu 15% em doze meses. As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 5,3%, no período, totalizando R$ 98,5 bilhões. Com saldo de R$ 49,4 bilhões, o crédito rural apresentou o maior crescimento, de 60,5%.

Menos empregados e mais clientes

Com fechamento de 428 postos de trabalho em doze meses, o banco encerrou o 1º semestre de 2023 com 86.473 empregados(as). Concomitantemente, a Caixa registrou incremento de aproximadamente 2,5 milhões de novos clientes. Isso faz com que cada empregado(a) da Caixa seja responsável por atender, em média, 1.751,7 clientes.

“Esse dado é muito importante. Reforça a sobrecarga que vemos no dia a dia de trabalho nas agências e dá respaldo às nossas reivindicações para que haja novas contratações”, disse Fabiana.

Inadimplência

A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,79%, com aumento de 0,06 p.p. na comparação com o 1º trimestre e de 0,9 p.p. em relação ao 1º semestre de 2022. Segundo o balanço da Caixa, em relevante medida, esse crescimento foi consequência de evento com cliente específico ocorrido na carteira de saneamento e infraestrutura. Sem esse acontecimento, o índice teria sido de 2,46%.

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