Sexta, 06 Mai 2022 19:47

Bradesco lucra R$ 7 bi com tarifas e juros altos, demissões em massa e fechamento de agências

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Não tem banqueiro ‘bonzinho’. O Bradesco, por exemplo, lucrou R$ 7,009 bilhões, no primeiro trimestre de 2022, uma alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2021 e de 121,1% comparando-se com o resultado do quarto trimestre de 2021 (R$ 3,170 bilhões), segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).

E chegou a este número bilionário, um verdadeiro insulto ao país, em meio a uma economia estagnada, os juros reais mais altos do mundo, com a renda das famílias em queda vertiginosa, o desemprego atingindo 12 milhões de pessoas, empresas quebrando graças à política econômica recessiva do governo Jair Bolsonaro e aos efeitos da pandemia, com a inflação em dois dígitos, aumento da miséria e da fome.

Exploração de clientes e bancários

Para o diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Leuver Ludoff, este lucro exorbitante foi obtido através da exploração de clientes e bancários. “O banco continua demitindo em massa, fechando agências e empurrando clientes para trabalhar de graça nos aplicativos e caixas de autoatendimento. O corte injustificado nos custos não é repassado através da redução das tarifas, ao contrário, fica com o próprio banco que ainda cobra para a pessoa ter uma conta-corrente onde deixa seu dinheiro, a custo zero, para ser emprestado a juros absurdamente altos”, constatou.

Mesmo com esse exorbitante resultado, o grupo Bradesco encerrou março de 2022 com 87.488 empregados, tendo fechado 1.199 postos de trabalho em doze meses. No mesmo período, foram eliminadas 364 agências.

Luta contra demissões

Leuver adiantou que o movimento sindical não deixará as demissões sem resposta. “A COE se reunirá para traçar uma estratégia a fim de denunciar o que faz o banco lucrar desta forma acintosa em meio a uma economia em crise. Vamos realizar mobilizações em todo o país, para estancar o processo de demissões e fechamento de agências, que tem provocado o aumento da sobrecarga de trabalho nas unidades que continuam atendendo”, adiantou.

Geraldo Ferraz, diretor da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato, acrescentou ser outro objetivo das mobilizações nacionais denunciar à população o assédio moral imposto pelo Bradesco para forçar bancárias e bancários a vender mais e mais produtos aos clientes. “O assédio moral associado a sobrecarga de trabalho tem aumentado o número de adoecimentos. A sociedade tem que saber do que é capaz de fazer o banco para alcançar lucros ainda maiores”, afirmou o dirigente.

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