Quinta, 23 Setembro 2021 14:18

Bancários começam a debater retorno ao trabalho presencial no Bradesco

COE debate ainda rodízio nas agências, que acaba no dia 4 de outubro e cobra protocolos contra Covid-19 para garantir total segurança para os funcionários
O diretor do Sindicato Leuver Ludolff (à direita, de azul) participou da reunião da COE com o Bradesco. O retorno ao trabalho presencial foi o tema principal da reunião online O diretor do Sindicato Leuver Ludolff (à direita, de azul) participou da reunião da COE com o Bradesco. O retorno ao trabalho presencial foi o tema principal da reunião online

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Fonte: Contraf-CUT

 

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com o banco na última quarta-feira (22) para debater itens das reivindicações aprovadas no Encontro Nacional dos Funcionários do banco, realizado em agosto deste ano.

Fim do rodízio

Os representantes do Bradesco informaram que o rodízio entre os trabalhadores nas agências será suspenso no dia 4 de outubro (segunda-feira).

O rodízio vem sendo feito desde o início da pandemia do coronavírus.

A justificativa do banco é de que, com a flexibilização das restrições sociais determinada pelos governos estaduais, haverá aumento na demanda para o atendimento à população.

“É preciso garantir que o retorno ao trabalho presencial seja realizado com total segurança para os bancários. O fato de governadores, pressionados pelo empresariado, flexibilizarem o isolamento social não significa que este é o momento adequado para voltarmos à normalidade nas agências. Afinal, o quadro atual é de elevação da variante Delta no Rio de Janeiro. Por isso, o correto seria voltar às unidades físicas somente quando 70% da população brasileira já tiverem tomado todas as doses da imunização, conforme aconselham os sanitaristas”, avalia o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE, Leuver Ludolff, que participou da reunião virtual.Retorno gradual

O Bradesco propôs iniciar as negociações para o plano de retorno também nos prédios administrativos. Os representantes dos trabalhadores reivindicam um retorno gradual e com critérios, apenas para empregados totalmente imunizados e de maneira voluntária e escalonada para evitar aglomerações, o que foi aceito pelo banco. A COE conseguiu ainda a garantia do banco de que não haverá convocações para o retorno dos trabalhadores do grupo de risco em nenhuma das áreas.

Padrão nos protocolos

Os sindicalistas cobraram ainda a manutenção e o cumprimento dos protocolos de saúde e segurança, negociados desde o início da pandemia, como uso de máscara por clientes e funcionários, manutenção do distanciamento, álcool em gel, e a melhoria na qualidade das máscaras fornecidas aos funcionários.

“Não abrimos mão ainda de um padrão para um protocolo único em todos os bancos a fim de facilitar a fiscalização do cumprimento das medidas adequadas de prevenção à Covid-19”, acrescenta Leuver.

Os bancários querem também que, em casos de testagem positiva de Covid-19, que haja  a sanitização, isolamento dos funcionários e fechamento da agência ou departamento onde houver casos de contágio. O Bradesco acatou a proposta e se comprometeu a reforçar a comunicação desta decisão para toda a empresa. Ficou definido que o retorno ao trabalho presencial nos prédios administrativos começará em forma de projeto-piloto, a partir de 4 de outubro, apenas em São Paulo.

A COE Bradesco solicitou ainda a expansão do teste para os familiares dos funcionários e o banco ficou de dar uma resposta posteriormente.

Outra solicitação dos funcionários é uma maior flexibilização de trajes sociais para o trabalho com a vinda do calor do verão. No caso do Rio de Janeiro esta é uma solicitação fundamental, em função das temperaturas cada ano mais altas.  

Horário de atendimento

Pressionado pela COE, o Bradesco explicou que mantém o horário reduzido  para o atendimento ao público, das 10h às 14h. Para os aposentados, em dia de pagamento, das 8h às 14he, em dias normais, das 9h às 14h.

Emprego

Os sindicalistas cobraram ainda o fim das demissões no banco. No Rio, o Bradesco tem sofrido seguidas derrotas na Justiça do Trabalho por dispensar trabalhadores em plena pandemia, inclusive funcionários com doença ocupacional, descumprindo acordo feito pelos bancos com a categoria de não demitir enquanto durar a crise sanitária.

A COE cobrou a abertura de negociação para este e outros temas importantes, como o acordo de teletrabalho, a valorização dos funcionários e o plano de saúde/odontológico . Está prevista uma nova reunião na segunda quinzena de outubro para debater as reivindicações dos funcionários.

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