Terça, 10 Novembro 2020 20:55
NOSSO JURÍDICO EM AÇÃO

Gerente do Bradesco demitido ilegalmente é novamente reintegrado pelo Sindicato

Herbert Christian adoeceu em função da pressão e do assédio moral sofrido no banco e é reintegrado pela segunda vez pelo Jurídico da entidade sindical
VALE A PENA SER SINDICALIZADO - Herbert Christian ao lado do diretor do Sindicato André Spiga comemora a sua reintegração garantida por mais uma ação vitoriosa do Departamento Jurídico do Sindicato VALE A PENA SER SINDICALIZADO - Herbert Christian ao lado do diretor do Sindicato André Spiga comemora a sua reintegração garantida por mais uma ação vitoriosa do Departamento Jurídico do Sindicato

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Um patrão é capaz de demitir ilegalmente um empregado, vítima de doença ocupacional e em licença médica por duas vezes? O Bradesco sim. Herbert Christian da Costa Correa é mais um funcionário do banco adoecido por sofrer pressão e assédio moral para atingir metas quase inatingíveis e que foi dispensado mesmo estando em tratamento médico. A pressão psicológica e o assédio moral impostos no local de trabalho levaram o bancário a sofrer de síndrome do pânico a partir de 2014, após sofrer seguidas humilhações de superiores hierárquicos em reuniões presenciais. Após ter seu estado de saúde agravado, ele entrou de licença pela primeira vez pelo INSS e, mesmo assim, o Bradesco o demitiu ilegalmente, sendo reintegrado pelo Departamento Jurídico do Sindicato em 2015, ano em que a Justiça obrigou o Bradesco a assinar a sua carteira de gerente, devido aos desvios e acúmulo de funções. Mas o banco voltou a dispensar Herbert em abril de 2020 após seu recente afastamento por uma nova crise de pânico e ter sido contaminado pela Covid-19.

A nova reintegração

O Departamento Jurídico do Sindicato requereu, na Justiça, tutela de urgência e conseguiu, mais uma vez, reintegrar Herbert ao trabalho por decisão, no último dia 6 de novembro, da juíza titular da 65ª Vara Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, Adriana Freitas de Aguiar. Em sua decisão, a magistrada anulou o desligamento do funcionário feito pelo banco no dia 15 de outubro deste ano, fundamentada por atestado médico datado do dia 13, dois dias antes da demissão, que conferia ao empregado 90 dias de afastamento do trabalho. Além de garantir o emprego do bancário, a decisão judicial preservou todos os direitos e verbas do trabalhador, como tíquetes refeição e alimentação e o plano de saúde.  

Vitória comemorada

Sempre solidário com os colegas que sofrem pressão e injustiça do banco pela imposição de metas abusivas, a reintegração de Herbert foi muito comemorada por bancários e bancários que o conhecem e pelo movimento sindical.

“Foi uma vitória importante como sempre é em qualquer reintegração de bancário demitido ilegalmente pelo banco. Mas acompanho de perto o caso de Herbert e sei de sua dignidade e coragem para enfrentar as injustiças cometidas pelo Bradesco, por isso, esta é uma vitória de toda a categoria”, disse o diretor do Sindicato, Sérgio Menezes.

O também dirigente sindical André Spiga destacou a importância de o bancário ser sindicalizado e buscar ajuda da Secretaria de Saúde e do Departamento Jurídico do Sindicato no momento mais difícil para o trabalhador, que é a demissão.

“Isolado, o trabalhador é presa fácil de patrões cruéis como os banqueiros. Mas na luta coletiva, junto ao Sindicato, há esperança de vitórias como tem acontecido com vários bancários e bancárias sindicalizados que têm buscado ajuda jurídica e apoio de nossa entidade representativa”, explica.

Herbert agradeceu ao advogado do Sindicato, José Carlos, que cuidou de seu caso na Justiça e a todo Departamento Jurídico da entidade, bem como a  matéria publicada na edição de número 6186 (4 a 9 de novembro de 2020) do Jornal Bancário relatando as injustiças que sofreu ao longo dos anos no Bradesco.

 

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