Quarta, 27 Mai 2020 12:02
BRADESCO

Pressão do Sindicato fecha agência em Padre Miguel após dois casos de Covid-19

Unidade do “Ponto Chique” é fechada após diretor do Sindicato ameaçar denunciar o Bradesco ao MPT, caso a agência continuasse aberta
Geraldo Ferraz na agência do Bradesco do “Ponto Chique”, em Padre Miguel. O Sindicato garantiu o fechamento da unidade após dois casos confirmados de Covid-19 para proteger a saúde e a vida dos demais funcionários Geraldo Ferraz na agência do Bradesco do “Ponto Chique”, em Padre Miguel. O Sindicato garantiu o fechamento da unidade após dois casos confirmados de Covid-19 para proteger a saúde e a vida dos demais funcionários

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Geraldo Ferraz, foi na manhã desta quarta-feira, 27 de maio, à agência do Bradesco localizada no “Ponto Chique” (Rua Andorra, 36), em Padre Miguel, Zona Oeste da cidade, para apurar denúncias de que dois funcionários foram infectados pelo Covid-19. Os casos foram confirmados na última terça-feira (26).

A vida como prioridade

Segundo Geraldo, a assessoria da Regional queria manter o funcionamento normal da unidade, o que logo foi rechaçado pelo sindicalista.

“Disse a ele que se o Bradesco insistisse no funcionamento da unidade, colocando em risco os funcionários, os trabalhadores terceirizados e os clientes, eu iria denunciar o caso ao Ministério Público do Trabalho. O lucro não pode ser colocado acima da saúde e da vida das pessoas”, disse Geraldo.

Somente após Geraldo ligar para a gerente de Relações Sindicais do Bradesco, Priscilla Moska, que trabalha em São Paulo na matriz do banco e ameaçar à gerência da unidade de denunciar o caso ao MPT, a agência foi fechada.

Descumprimento do acordo

Geraldo disse que o movimento sindical vai continuar cobrando dos bancos o cumprimento das medidas de prevenção ao coronavírus.

“O Bradesco, além de desrespeitar o protocolo acordado com a categoria em negociação, tem vários casos de denúncias de pressão e assédio moral em função de metas absurdas. Em qualquer situação estas práticas são inaceitáveis, ainda mais numa crise como desta pandemia que aflige as pessoas, ceifa vidas e resulta na maior crise econômica da história do capitalismo global. Vamos continuar monitorando a postura dos bancos e a situação dos bancários nos locais de trabalho, cobrando o cumprindo de todas as medidas necessárias para garantir a saúde e a vida da categoria”, acrescenta.  

Apoio aos infectados

O sindicalista cobrou ainda toda a assistência necessária aos empregados infectados e seus familiares. “É sempre um momento muito delicado, que exige toda a assistência e acompanhamento médico e que requer também um apoio psicológico, pois esse vírus além de ameaçar a vida, resulta na depressão de milhões de pessoas no mundo. E o Bradesco tem dinheiro de sobra para proteger seus funcionários e garantir os empregos, pois acumula lucros recordes há mais de 40 anos”, conclui.  

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