Domingo, 19 Abril 2020 21:53
CORONAVÍRUS

Bradesco debate com sindicatos antecipação das férias de parte de seus funcionários

Bancários não querem que seja utilizado todo o saldo de férias para que o trabalhador tenha período de descanso após a pandemia
O diretor do Sindicato do Rio e membro da COE, Leuver Ludolff (D), defende também a suspensão das metas e a garantia dos empregos de todos os funcionários do Bradesco  O diretor do Sindicato do Rio e membro da COE, Leuver Ludolff (D), defende também a suspensão das metas e a garantia dos empregos de todos os funcionários do Bradesco

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com a decisão do Bradesco de antecipar as férias de parte de seus funcionários em função da pandemia do coronavírus, os sindicatos, através do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuniu na ultima sexta-feira, 17, com representantes do banco para debater o assunto.

Na reunião, o Bradesco informou que seguramente 90% dos funcionários de departamentos não estão nos locais de trabalho. Destes, parte está em home office e parte sem função. O principal ponto da pauta, reivindicada pelo movimento sindical, foi sobre a situação dos trabalhadores que estão em casa e não estão em teletrabalho (home Office), como os do grupo de risco, cujas atividades profissionais não podem ser feitas de casa.
Foi definido que eles entrarão de férias junto com áreas do banco que estão inativas ou que as atividades caíram muito, como financiamento de carros, que serão envolvidas em maior número. Os sindicalistas reivindicaram que as férias sejam iniciadas em maio e que os trabalhadores sejam avisados com alguns dias de antecedência. O banco informou que serão utilizadas as férias vencidas, o saldo de férias vencidas e os períodos aquisitivos a vencer. Até a semana que vem, as diretorias regionais vão divulgar o mapeamento do quantitativo elegível às férias.
O banco informou que nas agências, aproximadamente 51% está na rede e os outros 49% ou estão em home office, em esquema de rodízio ou são do grupo de risco. 

Descanso pós-pandemia

A COE reivindicou que não seja utilizado todo o saldo de férias para que o trabalhador tenha um período de descanso após a pandemia. O banco aceitou a solicitação e se comprometeu a usar, no máximo, 20 dias de férias. O movimento sindical quer ainda um acordo sobre esta negociação referente as férias na próxima semana. O Bradesco ficou de confirmar a data.

Ampliação do home office

Os bancários reivindicam também atividades que possam ampliar o teletrabalho, inclusive para as pessoas que estão em casa sem trabalhar, para que as férias não sejam a única opção. O banco irá estudar a reivindicação. As férias individuais dos funcionários que estão trabalhando seguem o cronograma normal.
Foi cobrado ainda o pagamento de 1/3 das férias e o banco confirmou que fará o pagamento na folha de maio.

“A nossa preocupação é com a proteção da saúde e da vida dos bancários, mas também com a garantia dos empregos de todos os funcionários. Desde o começo desta pandemia conquistamos avanços importantes, como o afastamento dos trabalhadores do grupo de risco, os Equipamentos de Proteção Individual, o rodízio dos bancários nas agências e a sanitarização de todas as unidades, inclusive com o fechamento daquelas em que houve casos ou suspeitas da doença”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio e membro do COE, Leuver Ludolff.

Suspensão das metas

Outra reivindicação da categoria é a suspensão das metas neste período de crise da pandemia. Os sindicatos têm recebido diversas denúncias de que estão sofrendo pressão do banco para o cumprimento de metas.

“Neste momento de grande aflição, em que está confirmada a ampliação do período de quarentena e não há previsão de retorno à normalidade não faz sentido a cobrança de metas. E é preciso também garantir os empregos para dar tranquilidade aos bancários e suas famílias”, acrescenta Leuver.

Outras reivindicações

Os representantes dos trabalhadores criticaram o congestionamento dos telefones do programa Viva Bem, canal de contato dos bancários com o banco que tem papel importante neste momento de pandemia do novo coronavírus. O Bradesco irá reforçar o trabalho para evitar o congestionamento e deu como alternativa o telefone para tirar dúvidas sobre o Coronavírus: 0800-941-63-61.
Outra preocupação destacada pelos trabalhadores é em relação aos funcionários que trabalham nos Postos de Atendimento Bancário (PABs) em hospitais. Os sindicatos cobram o fechamento destas unidades, devido ao alto índice de profissionais de saúde estarem contaminados. O banco tem estudado caso a caso e analisará a questão para dar um retorno à representação dos trabalhadores. O movimento sindical cobrou ainda o reforço da orientação aos regionais e gestores para que não cobrem metas de suas áreas, agências e funcionários.

Procure o Sindicato - O Sindicato do Rio tem mantido um plantão e continua monitorando todos os locais de trabalho e dando assistência aos bancários. Como as informações estão sendo atualizadas constantemente, deixamos aqui nossos canais de comunicação. Ligue para  2103 4121 (Bancos Privados) ou para a nossa Ouvidoria: 2103 4105.

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