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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Além da ação judicial, o Sindicato promoveu protestos contra o ataque aos representantes eleitos pela categoria bancária. Foto: Nando Neves.
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Imprensa SeebRio
No dia 1º de dezembro, o juiz da 60ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, Robert de Assunção Aguiar, determinou ao Bradesco que retorne o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Ricardo Ducoff, ao seu local de trabalho, no Departamento de Recuperação de Crédito, no 1º andar do prédio da Diretoria Regional, na Senador Dantas. A ação foi elaborada pelo assessor jurídico da diretoria do Sindicato, Márcio Cordero.
Ricardo foi transferido em 14 de maio para a agência Uerj. Para o diretor, aquele foi um ato arbitrário e antissindical. “O retorno foi uma vitória importante do Sindicato e da categoria contra um ataque frontal à organização sindical bancária”, afirmou Ricardo. Outro diretor, Luciano do Rosário, que trabalhava também na Senador Dantas, foi transferido para a agência Tribunal de Justiça. O Sindicato também entrou com ação pela reintegração ao seu local de trabalho original. A Justiça ainda não decidiu sobre a solicitação.
Na decisão, o magistrado Robert de Assunção, não deixou dúvidas quanto à ilegalidade da transferência, argumentando que aconteceu justamente por se tratar de um dirigente sindical. “O mesmo foi colocado em uma espécie de ostracismo, já que praticamente banido da Senador Dantas e ficando ocioso durante o expediente, razão pela qual defiro a tutela para que a ré transfira o reclamante de volta à agência Senador Dantas, nº 61, Centro, Rio de Janeiro, e lhe ofereça atribuições inerentes à referida função, sem limitação a uma sala confinada, muito menos que o impeça de exercer o seu mandato de dirigente”, disse em sua sentença.
O presidente do Sindicato, José Ferreira, ressaltou que o retorno de Ricardo Ducoff à sua unidade de origem é mais que uma vitória do sindicato, é uma conquista dos bancários e bancárias do Bradesco lotados no prédio da diretoria regional. “Os bancários ficaram indignados com a tentativa de cerceamento da ação sindical e comemoram o retorno”, disse.
Para Leuver Ludolff, diretor do Sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE), o banco, ao transferir de forma unilateral os dirigentes, visava frear a atuação sindical no local trabalho. “No local havia várias denúncias de descumprimento das regras da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O Sindicato conseguiu o retorno do dirigente via justiça e a atuação em defesa dos trabalhadores está garantida”, comemorou.
Lembrou que, antes da transferência, o Bradesco proibiu os diretores de acessar os demais andares do prédio, que não àquele em que trabalhavam; e impediu-os de distribuir o jornal Bancário no prédio. “Sentimos que o banco poderia tomar uma atitude ainda mais truculenta, e foi o que aconteceu”, disse.