Terça, 18 Agosto 2020 10:35

BB ameaça retirar mais direitos. Resposta tem que ser a mobilização

Olyntho Contente

SeebRio

A ameaça de retirada de mais direitos na segunda parte da negociação desta segunda-feira, 17/8, (a primeira foi sobre medidas relacionadas à covid-19) colocou para o funcionalismo do Banco do Brasil a necessidade de se mobilizar contra esta tentativa de progressiva redução salarial e de outras cláusulas do acordo coletivo de trabalho específico, como as ligadas à saúde. Diante destas investidas, a Comissão de Empresa dos Funcionários vai se reunir para decidir sobre as formas de pressão virtual a serem postas em prática neste momento de pandemia.

Na rodada anterior, o BB já tinha proposto reduzir de três para um o número de avaliações negativas para a retirada da comissão de função. Na negociação desta segunda-feira aprofundou o ataque aos direitos. Propôs acabar com a acumulação e venda dos cinco dias previstos na cláusula do abono assiduidade a que o funcionário tem direito a cada ano; o fim do descanso de 10 minutos a cada hora para os funcionários do autoatendimento; e o registro de ponto do intervalo de 30 minutos para almoço que gera aumento da jornada. Ou seja, mais retiradas de direitos do ACT específico.

Contra a investida à GDP, os funcionários do BB realizaram na própria segunda-feira um Dia Nacional de Luta virtual, usando roupas pretas. A atividade fez parte das atividades da Campanha Nacional dos Bancários.

Reduzir direitos para privatizar

“Em protesto contra a proposta de descomissionamento com apenas uma única avaliação negativa, a Comissão negociou vestida de preto. Mas, vimos ser necessário a mobilização de todo o funcionalismo do banco a partir da apresentação de mais propostas de retirada de direitos, posicionamento que visa, entre outros, reduzir salários, como parte da política de Bolsonaro e Guedes de enxugar a folha e extinguir outros direitos para preparar a privatização do BB”, argumentou a diretora do Sindicato e membro da Comissão de Funcionários, Rita Mota.

Rita lembrou que em março o BB implantou um programa, chamado Performa, que reduz salários a partir do próximo comissionamento. Dentro desta lógica, fica a cada dia mais evidente a possibilidade de haver dificuldades na negociação das cláusulas econômicas, trazendo a necessidade urgente de participação cada vez maior dos funcionários nas atividades de mobilização virtual.

Momento é de pressionar

A dirigente ressaltou que sem uma resposta à altura não vai haver avanços, pelo contrário, virão mais tentativas de impor perdas. E não são apenas perdas salariais, mas à saúde e à vida, como se vê na proposta de acabar com o descanso de 10 minutos, previsto em norma regulamentadora, para quem trabalha no autoatendimento de pé, numa função insalubre, geradora de problemas circulatórios e de coluna, entre outros. “O BB segue a linha negacionista do governo Bolsonaro que renega a ciência mostrando desprezo pela saúde e pela vida. É hora de reagirmos e através da mobilização derrotar esta política de retirada de direitos”, afirmou.

Rita enfatizou ser preciso ampliar a participação nas atividades da campanha, movimento que vai ditar os rumos da negociação. “Para o banco, o termômetro é a mobilização do funcionalismo. O momento é decisivo, sendo, mais que nunca, fundamental conversar com os colegas, em cada unidade, sobre os ataques do BB e a necessidade de se contrapor a estas propostas que significam um grave retrocesso”, argumentou.

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