Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Os funcionários e funcionárias do Banco do Brasil recebem, nesta sexta-feira (12), o pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR). 

A antecipação atende a uma reivindicação do movimento sindical.

O acordo aditivo firmado com o BB prevê que a instituição efetue o crédito em até 10 dias após o pagamento dos dividendos aos acionistas.

A inadimplência do agro

Os valores pagos são proporcionais ao lucro do banco, que atingiu R$ 11,2 bilhões no primeiro semestre de 2025 — queda de 40,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado principalmente pelo aumento da inadimplência, concentrada em um dos setores mais lucrativos do país: o agronegócio.

O Banco do Brasil responde por 50,1% do crédito agropecuário no Brasil. A taxa de inadimplência do setor subiu para 4,21% no segundo trimestre, alta de 1,21 ponto percentual em 12 meses. Como consequência, as despesas com Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) somaram R$ 15,9 bilhões, um crescimento de 105% em relação a junho de 2024.

“O Banco do Brasil deu lucro e vai partilhar esse resultado com os trabalhadores. A PLR é uma conquista histórica da nossa categoria”, afirmou a diretora do Sindicato e representante da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil), Rita Mota.

Isenção da PLR no IR

Rita Mota chama a atenção da importância da mobilização sindical pela isenção da PLR no Imposto de Renda.

“Enquanto os trabalhadores são tributados, grandes investidores, especuladores e executivos das instituições financeiras não pagam o devido imposto no recebimento de lucros e dividendos das empresas. Isso só acontece no Brasil. Nas grandes economias capitalistas do mundo, a tributação é progressiva: paga mais quem ganha mais, e são taxados lucros, dividendos, grandes heranças e grandes fortunas”, lembrou a dirigente sindical.

Como é calculada a PLR no BB 

Módulo Fenaban: 45% do salário paradigma definido em acordo, acrescido de uma parcela fixa.

Módulo BB: distribuição linear de 4% do lucro líquido entre os empregados, além de uma parcela variável.