Sexta, 16 Mai 2025 22:46
BANCO DO BRASIL

BB: representantes dos funcionários debatem situação das horas negativas referentes à pandemia

Acordo firmado entre as partes para a compensação dessas horas vence no próximo dia 31 de maio. A partir dessa data, as funcionárias e os funcionários que não conseguiram realizar toda a compensação terão que pagar as horas pendentes.

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

A Comissão de Empresa das Funcionárias e dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu com a direção do banco na quinta-feira (15), em formato online.

Na pauta, a situação das horas negativas acumuladas durante a pandemia de covid-19. O acordo firmado entre as partes para a compensação dessas horas vence no próximo dia 31 de maio. A partir dessa data, as funcionárias e os funcionários que não conseguiram realizar toda a compensação terão que pagar as horas pendentes.

Dificuldades para quitar saldo

Os dirigentes sindicais apresentaram ao banco relatos de trabalhadoras e trabalhadores que enfrentam dificuldades para quitar o saldo de horas negativas, especialmente quem tem filhos menores ou cuida de pessoas idosas ou adoecidas.

A situação das mães solo foi destacada como uma das mais críticas. Essas trabalhadoras têm mais dificuldades de atender a exigência de jornada adicional para compensar as horas, pois para isso, teriam de abrir mão do tempo dedicado aos cuidados com a família e o pagamento direto das horas comprometeria ainda mais a renda familiar.

“É preciso sensibilidade para lidar com esse tema. O banco precisa considerar os impactos que esses descontos terão na vida de milhares de pessoas, principalmente mães solo e trabalhadores com responsabilidades de cuidado. Não é justo que, após tudo o que enfrentamos na pandemia, essas famílias sejam penalizadas financeiramente por não conseguirem cumprir integralmente a compensação”, afirmou Fernanda Lopes, coordenadora da CEBB.

A representação sindical sugeriu ainda que o banco crie uma linha específica de crédito para funcionárias e funcionários que eventualmente precisem arcar com o pagamento das horas negativas.

Esforço dos funcionários

Dados mostram que o funcionalismo tem feito um esforço coletivo para cumprir a compensação acordada. Segundo dados apresentados, no início da vigência do acordo, mais de 25 mil funcionárias e funcionários acumulavam horas negativas. Atualmente, esse número caiu para menos de 10% do total inicial.

Outro ponto debatido foi a situação das pessoas com deficiência, pais e mães de pessoas com deficiência, e aqueles que, na ocasião, integravam o grupo de risco da covid-19. Esses trabalhadores tinham o compromisso de compensar apenas 30% do total das horas devidas e os 70% restantes seriam anistiados caso a meta fosse atingida. Os representantes dos trabalhadores alertaram, porém, que há casos em que o banco pretende descontar a totalidade das horas, mesmo de quem não conseguiu atingir os 30% mínimos. A orientação é que, nesses casos, os descontos sejam proporcionais apenas ao que foi efetivamente compensado, preservando o critério do acordo anterior. Os sindicalistas solicitaram ainda que o banco limite a dedução em folha a, no máximo, 30% da renda mensal das pessoas afetadas, para evitar impactos financeiros mais severos.

A CEBB aguarda o retorno do banco sobre as propostas apresentadas e reforça que a busca por uma solução justa e equilibrada para todas e todos é prioridade neste momento.

Faltou sensibilidade ao banco

Rita Mota, diretora do Sindicato do Rio e membro da CEBB fez uma avaliação da reunião, da qual também participou. 

"Ainda que tenhamos assinado o acordo com este teor é preciso dizer que, infelizmente, o Banco do Brasil não se sensibilizou como outros bancos que anistiaram as horas negativas em relação à situação da pandemia da covid-19, que levou a óbito centenas de milhares pessoas. Mesmo os bancários que não foram contaminados trabalharam sob risco e foram atingidos psicologicamente. Seria um gesto de sensibilidade e humanitário se o banco tivesse anistiado as horas, que não deveriam ser cobradas", destacou Rita.

Mídia