Alvo das privatizações arquitetadas pelo Ministro da Economia Paulo Guedes, a Petrobrás junto da Eletrobrás e o Banco do Brasil, que juntas formam o trio das maiores estatais do país e em nove meses somam R$52 bilhões de lucro líquido.

De acordo com o relatório divulgado pela Economática nesta quarta-feira (13), o resultado do balanço é o maior da história. A Petrobrás sozinha, em três trimestres soma R$32,6 bilhões, enquanto a Eletrobrás acumula R$7,64 bilhões no mesmo período. Por fim, o Banco do Brasil concentra R$13,2 bilhões em nove meses.

Ainda segundo a pesquisa, em 27 anos de estudos financeiros, apenas em 5 oportunidades as estatais mencionadas tiveram prejuízos. Nos anos de 1995 e 1996, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e na reta final da gestão de Dilma Roussef (PT), nos anos de 2014 e 2015, tendo no ano seguinte, já com Michel Temer (MDB) no poder, o maior prejuízo da história, somando R$34,8 bilhões.

Os números da pesquisa atual levam em consideração as estatais listadas na Bolsa. A previsão aponta que a Petrobrás deve ultrapassar seu maior lucro recente, de R$35,1 bilhões em 2010.

  

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Em meio ao assustador percentual de 11,8% de desempregados no Brasil até o final de agosto, conforme diz o relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) e divulgada pelo IBGE, junto das dificuldades de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com as estimativas reduzidas pela equipe econômica do Presidente Jair Bolsonaro somando abaixo do 1% de evolução, os bancos são as únicas instituições que não são ameaçadas pela crise financeira instalada  no país desde 2015, e seguem alavancando resultados semestrais em cima das taxações de serviços prestados e juros.

O Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú representam o grupo dos cinco maiores bancos no país, e de acordo com Dieese, eles somam juntos R$46,34 bilhões em lucro líquido somente no primeiro semestre de 2019, resultado este, que confirma o crescimento em 20% comparado ao mesmo período do ano anterior.

Apesar desse exorbitante resultado somado, a responsabilidade social que costuma ser empregada em anúncios e propagandas dos bancos, pouco é praticada no cotidiano. O Itaú, BB e Caixa fecharam juntos mais de 4 mil postos de trabalho em doze meses, de acordo com a Contraf-CUT. Ignorando a saúde dos bancários, a segurança e condições de trabalho, os bancos priorizam os investimentos virtuais, multiplicando os serviços de funcionários nas agências, aumentando os casos de trabalhadores adoecidos por esforços nos bancos.

Além disso, as instituições financeiras colecionam multas do Procon. Segundo próprio órgão no Rio de Janeiro, em 2019 esse grupo, com exceção da Caixa Econômica, já foi alvo de reclamações como: golpe do boleto, falta de segurança dos canais eletrônicos, tempo extrapolado de clientes esperando atendimento, entre outras punições e advertências nesses nove meses.

Contudo, o paralelo universo dos bancos coloca o Itaú na liderança do ranking de lucros com R$13,9 bi, seguido pelo Bradesco que soma R$ 12,7 bi. O Banco do Brasil é o terceiro maior e tem R$8,7 bi. Já o Santander tem R$7,12 bi e a Caixa R$3,92 bi. Estas instituições representam uma bolha imune à crise que afeta as mais diversificadas camadas da sociedade brasileira.

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A rentabilidade do cartel dos bancos no Brasil, com a especulação em função dos maiores juros do planeta, não tem limites. O Bradesco, segunda maior instituição financeira do país, comprou o BAC Florida Bank, por US$500 milhões, quase R$2 bilhões. O objetivo da direção do Bradesco é ampliar negócios com clientela der alta renda, inclusive brasileiros que passeiam ou moram nos EUA. A instituição financeira americana tem como especialidade o financiamento imobiliário aproveitando o grande número de brasileiros ricos que compram imóveis na Flórida.

A aquisição confirma a absurda lucratividade do sistema financeiro nacional, que chega ao ponto de comprar bancos da maior potência econômica capitalista do mundo. O curioso é que os bancos batem recordes de lucro mesmo diante de uma das maiores recessões que o país já enfrentou, com previsão de baixa do PIB, quebradeira do parque industrial brasileiro e falência do comércio, gerando mais desemprego e miséria no Brasil. Há mais de uma década, os bancos brasileiros são os mais lucrativos do mundo.

 Ricos não são taxados

Banqueiros e acionistas faturam uma grana preta todos os anos e sem pagar um centavo de imposto. É que desde 1994, os lucros e dividendos não taxados por aqui, por decisão do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), descalabro que permaneceu em todos os governos seguintes e é mantido ainda hoje. Apenas o Brasil e a Estônia, pequeno país do Leste Europeu não cobram taxação dos lucros e dividendos, que nos EUA variam de 14% a 34% e em alguns países da Europa chega a 50%.

Um exemplo do absurdo desta farra dos bilionários: em três anos, a família Setúbal, proprietária do Itaú, maior banco privado brasileiro, e mais uma meia dúzia de grandes acionistas embolsou R$8 bilhões, inteiramente livre de impostos.

“No Brasil, só os pobres, através da tributação direta no consumo e a classe média, que paga o Imposto de Renda na fonte, pagam tributos. A taxação da riqueza, comum em todos os países capitalistas, é uma palavra proibida no empresariado nacional, especialmente entre os banqueiros e ainda dizem que isso é coisa de ‘comunista’. É uma vergonha que o país continue subjugado pela ganância do cartel dos bancos”, critica o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.

 

 

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